Apple freia e McDonald’s e Renault aumentam preços na Rússia
Devido a crise do rublo, empresas estão elevando os preços com o objetivo de compensar a queda no valor das vendas no país
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 22h01.
Assim como os 144 milhões de consumidores russos que empresas como Apple Inc . e Renault SA tentam atingir, a professora universitária Elena Grekhnyova está sentindo o aperto de uma moeda em crise.
Atualmente, ela gasta 1.200 rublos em alguns dias comprando ovos, produtos lácteos, frangos e vegetais para alimentar a família, 20 por cento a mais do que há apenas algumas semanas.
“Isso está ficando surreal: em algum momento vai parar de cair?”, disse Grekhnyova, que dá aulas em Kursk, cidade no centro da Rússia, a respeito do rublo. “O que pode acabar acontecendo é eu já não poder comprar um casaco novo, um smartphone de US$ 50 ou joias”.
A frustração de Grekhnyova mostra o desafio enfrentado pelas empresas estrangeiras que fazem negócios na Rússia depois que o pânico financeiro colocou a moeda em uma baixa recorde e causou preocupações de que as autoridades poderiam limitar o fluxo de capital para fora do país.
A crise vem na sequência de um colapso nos preços do petróleo e das sanções americanas e europeias contra o regime do presidente Vladimir Putin .
As empresas estão elevando os preços com o objetivo de compensar a queda no valor das vendas, que são realizadas em rublos. Embora nenhuma empresa esteja mostrando sinais de deixar a Rússia, no dia 16 de dezembro a Apple interrompeu as vendas on-line no país -- apenas três semanas depois de aumentar o preço do iPhone 6 em cerca de 25 por cento, para 39.990 rublos --.
Desde então, o valor de venda do iPhone, convertido para dólares, já caiu de US$ 847 para US$ 585.
O mesmo aconteceu com outras empresas que tentam manter o ritmo de vendas. No dia 3 de dezembro, o McDonald’s Corp . aumentou o preço do Big Mac em 2,2 por cento, para cerca de 94 rublos -- e depois viu o valor do produto, traduzido em dólares, cair de US$ 1,77 para cerca de US$ 1,35 no período --. Desde meados de novembro, a Renault e sua sócia Nissan Motor Co. aumentaram em 8 por cento os preços de carros fabricados pela AvtoVAZ, sua operadora na Rússia.
Adiando planos
A situação vai piorar ainda mais e depois começará a melhorar, disse Sarah Boumphrey, chefe de insight estratégico, econômico e de consumo da empresa de pesquisas Euromonitor International em Londres.
Os consumidores serão “forçados a realizar escolhas difíceis em suas compras porque os preços de muitos produtos continuam subindo acentuadamente”, disse Boumphrey. “A Rússia é um mercado grande demais para ser ignorado, mas os planos para aumentar os investimentos precisam com certeza ser colocados em espera”.
Ontem, o rublo foi além de 80 por dólar, uma mínima recorde, e se recuperou depois que o ministro da Economia, Alexei Ulyukayev, negou que o governo pudesse decidir impor restrições para impedir que os russos convertessem seu dinheiro em dólares.
A Apple anunciou ontem a interrupção das vendas on-line na Rússia devido às flutuações “extremas” do rublo.
A Renault e a Nissan estão mais expostas à Rússia do que qualquer outra fabricante de carros após assumirem, em junho, o controle da OAO AvtoVAZ, produtora dos carros Lada. O grupo combinado controla 31 por cento do mercado automotivo russo e mira 40 por cento até 2016. As vendas das marcas Renault, Nissan e Lada caíram 8,4 por cento nos 11 primeiros meses de 2014, queda menor que a do mercado, de 12 por cento. Elas elevaram os preços em 8 por cento desde meados de novembro e continuam apostando no mercado.
“Não há mudanças na nossa estratégia”, disse Oxana Nazarova, porta-voz da Renault em Moscou, por telefone. “Nós estudamos a situação todos os dias para ver como podemos reagir”.
Assim como os 144 milhões de consumidores russos que empresas como Apple Inc . e Renault SA tentam atingir, a professora universitária Elena Grekhnyova está sentindo o aperto de uma moeda em crise.
Atualmente, ela gasta 1.200 rublos em alguns dias comprando ovos, produtos lácteos, frangos e vegetais para alimentar a família, 20 por cento a mais do que há apenas algumas semanas.
“Isso está ficando surreal: em algum momento vai parar de cair?”, disse Grekhnyova, que dá aulas em Kursk, cidade no centro da Rússia, a respeito do rublo. “O que pode acabar acontecendo é eu já não poder comprar um casaco novo, um smartphone de US$ 50 ou joias”.
A frustração de Grekhnyova mostra o desafio enfrentado pelas empresas estrangeiras que fazem negócios na Rússia depois que o pânico financeiro colocou a moeda em uma baixa recorde e causou preocupações de que as autoridades poderiam limitar o fluxo de capital para fora do país.
A crise vem na sequência de um colapso nos preços do petróleo e das sanções americanas e europeias contra o regime do presidente Vladimir Putin .
As empresas estão elevando os preços com o objetivo de compensar a queda no valor das vendas, que são realizadas em rublos. Embora nenhuma empresa esteja mostrando sinais de deixar a Rússia, no dia 16 de dezembro a Apple interrompeu as vendas on-line no país -- apenas três semanas depois de aumentar o preço do iPhone 6 em cerca de 25 por cento, para 39.990 rublos --.
Desde então, o valor de venda do iPhone, convertido para dólares, já caiu de US$ 847 para US$ 585.
O mesmo aconteceu com outras empresas que tentam manter o ritmo de vendas. No dia 3 de dezembro, o McDonald’s Corp . aumentou o preço do Big Mac em 2,2 por cento, para cerca de 94 rublos -- e depois viu o valor do produto, traduzido em dólares, cair de US$ 1,77 para cerca de US$ 1,35 no período --. Desde meados de novembro, a Renault e sua sócia Nissan Motor Co. aumentaram em 8 por cento os preços de carros fabricados pela AvtoVAZ, sua operadora na Rússia.
Adiando planos
A situação vai piorar ainda mais e depois começará a melhorar, disse Sarah Boumphrey, chefe de insight estratégico, econômico e de consumo da empresa de pesquisas Euromonitor International em Londres.
Os consumidores serão “forçados a realizar escolhas difíceis em suas compras porque os preços de muitos produtos continuam subindo acentuadamente”, disse Boumphrey. “A Rússia é um mercado grande demais para ser ignorado, mas os planos para aumentar os investimentos precisam com certeza ser colocados em espera”.
Ontem, o rublo foi além de 80 por dólar, uma mínima recorde, e se recuperou depois que o ministro da Economia, Alexei Ulyukayev, negou que o governo pudesse decidir impor restrições para impedir que os russos convertessem seu dinheiro em dólares.
A Apple anunciou ontem a interrupção das vendas on-line na Rússia devido às flutuações “extremas” do rublo.
A Renault e a Nissan estão mais expostas à Rússia do que qualquer outra fabricante de carros após assumirem, em junho, o controle da OAO AvtoVAZ, produtora dos carros Lada. O grupo combinado controla 31 por cento do mercado automotivo russo e mira 40 por cento até 2016. As vendas das marcas Renault, Nissan e Lada caíram 8,4 por cento nos 11 primeiros meses de 2014, queda menor que a do mercado, de 12 por cento. Elas elevaram os preços em 8 por cento desde meados de novembro e continuam apostando no mercado.
“Não há mudanças na nossa estratégia”, disse Oxana Nazarova, porta-voz da Renault em Moscou, por telefone. “Nós estudamos a situação todos os dias para ver como podemos reagir”.