Economia

Anfavea prevê investimentos de R$ 100 bi na indústria automotiva após anúncio do Mover

Programa prevê incentivos fiscais de R$ 19,3 bilhões até 2028 para a produção de carros mais seguros e menos poluentes

Anfavea: estão previstos mais de R$ 100 bilhões até 2028 ou 2029 (Germano Luders/Site Exame)

Anfavea: estão previstos mais de R$ 100 bilhões até 2028 ou 2029 (Germano Luders/Site Exame)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 19h05.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2024 às 19h10.

A direção da Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, informou nesta quinta-feira que o setor vive o maior ciclo de investimentos de sua história, na esteira do anúncio, no fim do ano passado, do novo regime automotivo.

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, entre investimentos de montadoras e de fornecedores de peças, estão previstos mais de R$ 100 bilhões até 2028 ou 2029.

Durante a apresentação dos resultados das montadoras em janeiro, Leite destacou que os investimentos começaram a se materializar após o lançamento do Mover, nome do programa desenhado para o setor com incentivos fiscais de R$ 19,3 bilhões até 2028 para a produção de carros mais seguros e menos poluentes. Só neste ano, os estímulos são de R$ 3,5 bilhões.

Desde o anúncio do programa, a Volkswagen ampliou seu plano de investimentos em R$ 9 bilhões, para R$ 16 bilhões até 2028, e a General Motors (GM) anunciou investimentos de R$ 7 bilhões no período de 2024 a 2028. Nas próximas semanas, é esperado que a Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, lance também novos investimentos.

Ao listar os motivos do novo ciclo de investimentos, o presidente da Anfavea citou a redução dos juros, a aprovação da reforma tributária e a menor volatilidade do câmbio, além da demanda reprimida e o retorno do imposto nas importações de carros híbridos e elétricos, medida adotada pelo governo para forçar a nacionalização das novas tecnologias.

Respondendo a críticas ao Mover, Leite considerou que o programa tem valor baixo, mecanismos inteligentes e traz previsibilidade aos investimentos da indústria automotiva. "Vamos chegar a mais de R$ 100 bilhões de investimentos. Isso é muito emprego, pesquisa e desenvolvimento. Isso é fundamental para um país produtor, traz um direcionamento para a indústria", declarou Leite. Ele ponderou que a premissa dos novos investimentos é de que não haverá aumento da carga tributária no país.

Antes do presidente da Anfavea, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, informou que a pasta trabalha para anunciar a regulamentação do Mover após o Carnaval. Na regulamentação, serão definidas as metas a serem perseguidas pela indústria para ter acesso aos benefícios do programa.

"Tenho certeza de que vamos ter investimentos muito relevantes", disse Alckmin, que abriu nesta quinta a apresentação do balanço mensal da Anfavea. O ministro chamou a atenção para a longa cadeia de produção de veículos, que abrange indústrias como aço, plástico e borracha, ao justificar a necessidade de um programa especial ao setor.

O vice-presidente salientou que investimentos de R$ 41 bilhões já foram anunciados pela indústria de veículos. "Temos esperança de que os investimentos se aproximem de R$ 100 bilhões", disse.

Em sua intervenção, Alckmin também fez menções à reforma tributária, que, frisou, muda o patamar do país, desonerando tanto exportações quanto investimentos, ao acabar com a cumulatividade tributária. Disse ainda que o governo vem trabalhando em desburocratizar o comércio e ampliar acordos comerciais, junto com o crédito para exportações, com o objetivo de ter uma indústria exportadora.

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