Anfavea prevê 2º semestre melhor com manutenção do IPI
Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores também destacou que segundo semestre terá mais dias úteis
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2014 às 15h57.
São Paulo - O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou que o segundo semestre será melhor do que os seis primeiros meses do ano e justificou a expectativa por conta da manutenção do Imposto sobre Produtos Industrializados ( IPI ), da sazonalidade histórica e do maior número de dias úteis.
"A manutenção do IPI foi fundamental para termos um semestre melhor", afirmou.
"O retorno do IPI impactaria 11,5% nas vendas no segundo semestre. Caso o imposto retornasse a sua alíquota anterior, a queda nas vendas totais em 2014 ficaria em torno de 10%", explicou.
Agora com a manutenção das alíquotas de IPI, a estimativa da entidade é que as vendas fechem 2014 com queda de 5,4% ante o ano passado.
"Para chegarmos a esse dado temos que crescer 14,3% no semestre", explicou Moan. No início do ano, a expectativa da entidade era que em 2014 as vendas crescessem 1,1%, a projeção revista foi anunciada nesta segunda-feira, 07, pela Anfavea.
No último dia 30, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a manutenção da alíquota reduzida do IPI. Com isso, para carros com motor 1.0, o imposto continuou em 3%.
Já para veículos como motor flex até 2.0, a alíquota foi mantida em 9%. As alíquotas deveriam voltar ao normal no dia 1º de julho, mas foram prorrogadas até dezembro.
Moan afirmou ainda que, além da manutenção do IPI, o número de dias úteis também vai influenciar na busca por esse crescimento no semestre.
Segundo ele, enquanto os seis primeiros meses do ano tiveram 119 dias úteis, o segundo semestre terá 127 dias úteis. "O que significa oito dias a mais ou 7% de dias médios", afirmou.
"Além disso, temos a sazonalidade natural, nos últimos dez anos tivemos um segundo semestre melhor", ponderou.
Acordo com a Argentina
O presidente da Anfavea afirmou também que o acordo automotivo do Brasil com a Argentina, que entrou em vigor no dia 1º de julho, "é muito bom, pois prevê a integração produtiva".
"Para exportar, eles terão que importar. E a grande vantagem do acordo é que fizemos a integração produtiva", reforçou, destacando que o País deve fornecer bastante autopeças para o vizinho.
O acordo automotivo entre os dois países vai até junho de 2015 e a previsão é que, no período, ainda haja negociações.
A partir do meio do ano que vem, os dois países devem implementar novo regime bilateral, com ampliação do comércio e da política industrial comum no setor de autopeças e a garantia da segurança dos veículos.
O acordo reativa o sistema flex, que prevê que o Brasil poderá vender com isenção de impostos, no máximo US$ 1,5, para cada US$ 1 importado do país vizinho.
Moan comentou ainda a crise vivida pela Argentina por conta da batalha com fundos de hedge nos EUA.
No mês passado, Thomas Griesa, um juiz federal de Nova York, determinou o pagamento integral a fundos dos EUA que não aceitaram as propostas de reestruturação da dívida.
"Seremos um setor que sofrerá pouco impacto seja qual for o caminho da decisão norte-americana", afirmou.