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Anbima vê cenário difícil para fundos no final de 2011

Primeiro semestre fechou com queda na captação para o setor

Desaquecimento do setor de fundos reflete contenção da economia, diz a Anbima (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 16h16.

São Paulo - Após terminar o primeiro semestre com queda na captação de recursos, a indústria de fundos brasileira deve ter uma performance ainda mais difícil na segunda metade de 2011, devido ao cenário externo negativo, previu a Anbima nesta terça-feira.

"O segundo semestre não é auspicioso por causa da situação internacional", afirmou a jornalistas o Demosthenes Pinho Neto, vice-presidente da entidade. "No cenário otimista, vai ser igual ao primeiro (semestre)", adicionou.

De janeiro a junho, o setor teve captação líquida de 50,5 bilhões de reais. Embora positivo, o resultado foi 12,2 por cento menor do que o apurado em igual período de 2010.

Segundo Pinho Neto, o dado reflete dois fatores principais. O primeiro é a desaceleração da economia. Após ter crescido 7,5 por cento no ano passado, o PIB brasileiro deve avançar menos de 4 por cento em 2011, segundo projeções de mercado.

O outro são as restrições monetárias criadas pelo Banco Central desde dezembro para tentar debelar a inflação, entre elas o aumento dos depósitos compulsórios. Com necessidade de recursos, os bancos captaram mais com CDBs, que absorveram parte das aplicações dos fundos.

As carteiras do segmento multimercado foram os de pior desempenho no semestre, com resgates líquidos de 29,7 bilhões de reais. Os de ações tiveram saídas de 1,88 bilhão de reais. Parte dos recursos que saíram destas categorias migraram para os fundos de renda fixa, que tiveram entrada líquida de 49,8 bilhões de reais, refletindo o ciclo de aperto da Selic, que subiu 3,5 pontos este ano.


Por classes de investidores, o Poder Público foi o que mais cresceu, com avanço de 41,1 por cento sobre dezembro, para 153,3 bilhões de reais. Segundo o executivo, o dado reflete um movimento sazonal de maior arrecadação com impostos.

Já a fatia dos investidores de varejo seguiu a trajetória declinante dos últimos cinco anos, embora tenha crescido em termos totais. Para Pinho Neto, além da migração para CDBs, muitas pessoas estão direcionando recursos para fundos de previdência, que entram na categoria de investidores institucionais.

O patrimônio total da indústria em junho era de 1,8 trilhão de reais, com um crescimento de 6,4 por cento sobre dezembro, volume distribuído em 10.910 fundos.

Por rentabilidade, o segmento com melhor performance na primeira metade de 2011 foi o renda fixa, com rentabilidade positiva de 5,92 por cento, enquanto o de ações IBRx Ativo teve perda de 7,45 por cento.

CENÁRIO TURBULENTO Segundo Pinho Neto, as incertezas do cenário internacional, especialmente as relacionadas à crise de dívidas soberanas na zona do euro e ao impasse legislativo sobre elevação do teto da dívida dos EUA, que podem levar o país a um default, tendem a criar um ambiente adverso para os investimentos, especialmente os de maior risco.

"As empresas, por exemplo, não vão querer captar recursos com ações nos preços que estão", disse ele. Para o executivo, considerando os cenários doméstico e externo, a tendência é o investidor se concentrar em papéis mais conservadores.

"Nos últimos tempos vinha tendo um queda na participação dos papéis de renda fixa. Agora essa tendência deve ser interrompida por uns dois anos", previu.

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São Paulo - Após terminar o primeiro semestre com queda na captação de recursos, a indústria de fundos brasileira deve ter uma performance ainda mais difícil na segunda metade de 2011, devido ao cenário externo negativo, previu a Anbima nesta terça-feira.

"O segundo semestre não é auspicioso por causa da situação internacional", afirmou a jornalistas o Demosthenes Pinho Neto, vice-presidente da entidade. "No cenário otimista, vai ser igual ao primeiro (semestre)", adicionou.

De janeiro a junho, o setor teve captação líquida de 50,5 bilhões de reais. Embora positivo, o resultado foi 12,2 por cento menor do que o apurado em igual período de 2010.

Segundo Pinho Neto, o dado reflete dois fatores principais. O primeiro é a desaceleração da economia. Após ter crescido 7,5 por cento no ano passado, o PIB brasileiro deve avançar menos de 4 por cento em 2011, segundo projeções de mercado.

O outro são as restrições monetárias criadas pelo Banco Central desde dezembro para tentar debelar a inflação, entre elas o aumento dos depósitos compulsórios. Com necessidade de recursos, os bancos captaram mais com CDBs, que absorveram parte das aplicações dos fundos.

As carteiras do segmento multimercado foram os de pior desempenho no semestre, com resgates líquidos de 29,7 bilhões de reais. Os de ações tiveram saídas de 1,88 bilhão de reais. Parte dos recursos que saíram destas categorias migraram para os fundos de renda fixa, que tiveram entrada líquida de 49,8 bilhões de reais, refletindo o ciclo de aperto da Selic, que subiu 3,5 pontos este ano.


Por classes de investidores, o Poder Público foi o que mais cresceu, com avanço de 41,1 por cento sobre dezembro, para 153,3 bilhões de reais. Segundo o executivo, o dado reflete um movimento sazonal de maior arrecadação com impostos.

Já a fatia dos investidores de varejo seguiu a trajetória declinante dos últimos cinco anos, embora tenha crescido em termos totais. Para Pinho Neto, além da migração para CDBs, muitas pessoas estão direcionando recursos para fundos de previdência, que entram na categoria de investidores institucionais.

O patrimônio total da indústria em junho era de 1,8 trilhão de reais, com um crescimento de 6,4 por cento sobre dezembro, volume distribuído em 10.910 fundos.

Por rentabilidade, o segmento com melhor performance na primeira metade de 2011 foi o renda fixa, com rentabilidade positiva de 5,92 por cento, enquanto o de ações IBRx Ativo teve perda de 7,45 por cento.

CENÁRIO TURBULENTO Segundo Pinho Neto, as incertezas do cenário internacional, especialmente as relacionadas à crise de dívidas soberanas na zona do euro e ao impasse legislativo sobre elevação do teto da dívida dos EUA, que podem levar o país a um default, tendem a criar um ambiente adverso para os investimentos, especialmente os de maior risco.

"As empresas, por exemplo, não vão querer captar recursos com ações nos preços que estão", disse ele. Para o executivo, considerando os cenários doméstico e externo, a tendência é o investidor se concentrar em papéis mais conservadores.

"Nos últimos tempos vinha tendo um queda na participação dos papéis de renda fixa. Agora essa tendência deve ser interrompida por uns dois anos", previu.

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