Economia

América Latina tem posição fiscal "frágil", alertam FMI e BM

"Todas as economias da região estão em uma posição fiscal mais frágil do que deveriam", afirmou Alejandro Werner, diretor para o Hemisfério Ocidental do FMI


	Argentina: em julho, o FMI previu que a América Latina fechará em recessão 2016
 (Getty Images)

Argentina: em julho, o FMI previu que a América Latina fechará em recessão 2016 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2016 às 14h36.

Washington - A América Latina conta com uma posição fiscal "frágil" e "menor categoria de manobra", especialmente no Brasil e na Argentina, para enfrentar o atual contexto de recessão econômica, advertiram nesta quinta-feira os economistas para a região do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).

"Todas as economias da região estão em uma posição fiscal mais frágil do que deveriam", afirmou Alejandro Werner, diretor para o Hemisfério Ocidental do FMI em um painel sobre as perspectivas econômicas na XX conferência anual do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), realizada em Washington.

Para Werner, esta situação gera riscos notáveis depois que "a classe política latino-americana se acostumou a governar em tempos de abundância" na década passada.

Durante o recente período de preços altos, explicou Werner, os governos não se preocuparam tanto com a eficiência da despesa, por isso é "fundamental" revisar esses níveis de eficiência no novo ciclo e aplicar reformas estruturais.

Em julho, o FMI previu que a América Latina fechará em recessão 2016, pelo segundo ano consecutivo, com um crescimento negativo de 0,4%.

Na mesma linha se expressou o economista-chefe do Banco Mundial, Augusto de la Torre, que ressaltou que a "categoria de manobra é muito mais estreita" no âmbito fiscal, embora nem todos os países se encontrem na mesma posição.

De la Torre citou os casos da Argentina, que aposta por "um ajuste gradual", e do Brasil, cujo crescimento "não será sólido sem um ajuste grande", que se encontram em uma situação mais complicada; enquanto Chile, Peru e Colômbia têm uma margem maior.

"A pergunta é como inventamos o caminho para um crescimento voltado aos mercados internacionais em um momento onde estes não estão ajudando e as tendências globais estão contra a abertura", acrescentou De la Torre.

Também estiveram presentes no painel Alicia Bárcena, secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o ex-ministro das Finanças do Chile, Alejandro Foxley, e Enrique García, presidente da CAF. 

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