Economia

Alta em preço da energia é passageira, diz Dilma

Presidente disse que é responsabilidade do governo garantir a oferta de energia "24 horas por dia e 365 dias do ano", mas cobrou da população o consumo racional


	Dilma: por ser problema climático, "os aumentos dos preços de energia são passageiros", disse a presidente
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma: por ser problema climático, "os aumentos dos preços de energia são passageiros", disse a presidente (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 17h30.

São Paulo e Porto Alegre - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira, 27, que os aumentos nas tarifas de energia são passageiros e consequência da estiagem no Nordeste e Sudeste do país.

"Quando a água falta no Brasil, e todo mundo tem de saber disso que é algo esclarecer e transparente dizer, aumenta o preço de energia sim, porque você passa a pagar aquilo que não pagava quando usa a água e o vento", disse a presidente, durante inauguração do parque eólico Geribatu, em Santa Vitória do Palmar (RS).

Dilma ressaltou que, por ser um problema climático, "os aumentos dos preços de energia são passageiros".

"O fato de o país enfrentar a maior falta d'água nos últimos 100 anos não significa que vamos ter problema sério ou mais sério na área de energia elétrica, porque temos todo um sistema de segurança", afirmou.

Segundo Dilma, o sistema energético no Brasil hoje ainda é "fundamentalmente movido pela água" e que o Brasil sempre precisará de energia para crescer, "elétrica em especial".

"E quando tem água suficiente é muito bom", disse.

Ela destacou, no entanto, que o Brasil não pode depender de ter água suficiente. Por isso, tem investido em fontes alternativas.

"Não se põe todos os ovos numa só cesta. O Brasil botou uma parte importante dos ovos na cesta das hidrelétricas, é bom porque é a mais barata, mas (o governo) botou seus ovos em outras cestas e é isso que garante a segurança energética do país", disse, destacando além dos investimento eólicos, os em biomassa e as termoelétricas.

A presidente disse ainda que é responsabilidade do governo garantir a oferta de energia "24 horas por dia e 365 dias do ano", mas cobrou da população o consumo racional.

"Nossa parte é garantir a oferta, a parte do cidadão é não desperdiçar energia", afirmou.

"Diversificação da matriz e desperdício zero é a garantia de segurança energética do país", reforçou.

Dilma lembrou sua carreira na área de energia no início dos anos 2000 e disse que "lutou muito" pela segurança energética do país e afirmou que é preciso produzir e fornecer energia para garantir "o crescimento do país e o conforto da população".

As viagens da presidente Dilma pelo Brasil são parte de uma estratégia traçada para a retomada de popularidade.

No início desta semana, ela esteve em Feira de Santana (BA) para evento de entregas de residências do programa Minha Casa, Minha Vida.

Dilma deve participar no próximo domingo das comemorações pelos 450 anos do Rio de Janeiro.

Helicóptero

A assessoria da Presidência da República optou por modificar o trajeto da presidente Dilma Rousseff no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira, devido aos protestos dos caminhoneiros.

Dilma, que cumpre agenda no sul do Estado, se dirige de helicóptero de Pelotas a Santa Vitória do Palmar para escapar dos bloqueios dos manifestantes.

A comitiva seguiria via terrestre e encontraria um grupo de motoristas que trancam parcialmente a BR-471, entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar.

Produtores de leite também estão no local, onde derramam leite que ficou impróprio para o consumo devido à falta de transporte.

Com a mudança de planos, Dilma deve encontrar resistência apenas na inauguração do Parque Eólico Geribatu, em Santa Vitória do Palmar, onde cerca de 300 manifestantes a aguardam.

Nesta tarde, são registrados em todo o Estado 70 pontos de bloqueio em rodovias federais e estaduais.

Pela manhã, Força Nacional e a tropa de choque da PRF (Polícia Rodoviária Federal) desbloquearam a BR-101, na altura da cidade de Três Cachoeiras, no litoral norte gaúcho.

O desbloqueio foi feito após tentativas de negociação entre PRF e os motoristas que ocupavam a estrada nos dois sentidos.

Cerca de dois mil caminhões estavam parados na via. A tropa de choque da PRF precisou utilizar bombas de efeito moral para afastar os manifestantes.

Alguns caminhões foram danificados por manifestantes com o intuito de serem impedidos de deixar o local. Neste momento a via está liberada.

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