Economia

Alta da Selic em 0,5 ponto é consenso, avalia Anbima

Apesar de risco da inflação ultrapassar o teto da meta ser considerado residual (5%), 19% das projeções recolhidas pelo comitê mostram taxa acima de 6% em 2013


	Copom: para comitê, projeções sinalizam pouca margem de manobra da equipe econômica na condução do sistema de metas para último trimestre do ano
 (Elza Fiúza/ABr)

Copom: para comitê, projeções sinalizam pouca margem de manobra da equipe econômica na condução do sistema de metas para último trimestre do ano (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2013 às 15h40.

São Paulo - A avaliação do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), por consenso, é de que o Copom decidirá por elevar a Selic em 0,5 ponto porcentual na reunião desta quarta-feira, 9, "em virtude do atual balanço de riscos inflacionários e do grau de incerteza dos agentes quanto ao dinamismo da economia no curto e médio prazos".

Apesar de o risco da inflação ultrapassar o teto da meta ser considerado residual (5%), 19% das projeções recolhidas pelo comitê mostram taxa acima de 6% em 2013. Para o comitê, que divulgou hoje o relatório da reunião de aconteceu na última sexta-feira, 4, as projeções sinalizam pouca margem de manobra da equipe econômica na condução do sistema de metas para o último trimestre do ano.

O IPCA de 2013, para 67% dos economistas, acumulará alta entre 5,80% e 6,10%. Para o final de 2014, 47% projetam IPCA entre 5,80% e 6,10%, "o que sugere a expectativa de uma dinâmica inflacionária semelhante à observada em 2013".

A moda das projeções do comitê indica elevação de 0,25 ponto porcentual na Selic em novembro, para 9,75%. A elevação sinalizaria a "interrupção subsequente do processo de alta de juros por parte do Banco Central".

No médio prazo, a dispersão das projeções sinaliza dúvidas quanto à condução da política monetária, aponta o relatório da Anbima. "Para o final de 2014, por exemplo, coexistem projeções de 9,50% - que envolve a expectativa de interrupção da subida de juros a partir da reunião de novembro de 2013 - até 11,50%, com um aumento de 250 pontos em relação à meta atual", afirma o comitê.

O argumento dos que acreditam que o governo utilizará menos a política de juros é de que a postura do Banco Central será de cautela, "sem sancionar aumentos na Selic enquanto o Fed não decidir iniciar o processo de redução do Quantitive Easing". "A decorrente mudança no patamar de juros no mercado norte americano deverá provocar um realinhamento das taxas de juros e câmbio nos mercados emergentes, entre os quais o brasileiro." Para os economistas do comitê, os juros se aproximarão em 2013 do nível que o governo acredita ser a taxa de juros de equilíbrio.

Já os economistas que apostam em uma maior extensão do ciclo de elevação da Selic apontam que o aumento do crédito público nos últimos anos vem limitando o alcance da política monetária doméstica, "o que deverá requerer taxas de juros nominais mais altas para a reancoragem das expectativas inflacionárias".

Este grupo acredita que a queda da inflação acumulada em 12 meses estaria refletindo mais a redução dos preços de alimentos nos mercados internacionais do que os efeitos da política monetária doméstica.

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