Economia

Alimentos e final de ano pressionaram inflação, diz IBGE

Analista do órgão acredita que alta na taxa em novembro teve como principal responsável o preço da comida

O preço dos alimentos foi o maior responsável pela alta, disse a analista (Getty Images)

O preço dos alimentos foi o maior responsável pela alta, disse a analista (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2011 às 15h53.

Rio de Janeiro - O aumento da demanda nesta época de fim de ano é o principal fator que explica a alta dos preços dos alimentos, que exerceram a principal pressão sobre a inflação de novembro. A avaliação é da coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes. Segundo ela, os produtos alimentícios foram responsáveis por quase metade (48%) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje, pelo instituto.

O IPCA subiu 0,52% de outubro para novembro. O preço dos alimentos tive alta de 1,08%, após elevação de 0,56% em outubro. Eulina Nunes ressaltou que as carnes, que ficaram 2,63% mais caras, foram as que mais pressionaram a inflação dos alimentos. “As carnes subiram muito no ano passado e fecharam 2010 com mais de 20% de alta. Este ano, não apresentaram variação significativa, mas se mantiveram em um nível alto e, agora, com a chegada do fim do ano, quando a demanda aumenta, foi possível repassar alguns custos que estavam retidos, em função da elevação nos gastos com confinamento e com ração”, explicou.

Por outro lado, o leite ficou 2,02% mais barato e exerceu o principal impacto negativo sobre a taxa de inflação, aliviando um pouco a pressão de alta.

Já os preços dos produtos não alimentícios subiram menos de outubro para novembro, de 0,39% para 0,35%. O grupo das despesas pessoais (de 0,22% para 0,88%) foi responsável pela segunda maior variação em novembro, depois dos alimentos. A principal pressão partiu de empregados domésticos (de 0,1% para 1,36%), mas também ficaram mais caros os serviços de manicure (de 0,88% para 1,98%), cabeleireiro (de 0,54% para 1,19%) e costureira (de 0,41% para 1,64%).

De acordo com Eulina Nunes, esses aumentos foram impulsionados pela maior renda do brasileiro. "O aumento dos serviços, ao longo de todo o ano, é uma característica de economias mais fortes. Se a renda aumenta, o consumo de serviços também tende a aumentar", disse.

Por outro lado, os transportes ajudaram a evitar uma alta ainda mais expressiva da taxa de inflação. Depois de registrar elevação de 0,48% em outubro, o segmento variou apenas 0,01% no mês passado, influenciado pelas passagens aéreas (de 14,26% para 3,91%) e pela gasolina, cujo litro ficou 0,25% mais barato depois do aumento médio de 0,17% um mês antes.

A coordenadora do IBGE acrescentou que, para este mês, já é esperado o impacto de parte do reajuste na tarifa de energia elétrica no Rio de Janeiro, mas destacou que as medidas adotadas pelo governo para estimular o consumo, como a redução de impostos sobre eletrodomésticos e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis devem aliviar a pressão inflacionária em dezembro. Mas ela lembrou que a taxa precisa ser 0,5% para que o IPCA feche o ano em 6,5%, teto da meta de inflação do governo para 2011, cujo centro é 4,5%.

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