Economia

Ajuste fiscal é ao mesmo tempo suave e duro, diz Mansueto

É suave, de acordo com ele, porque não haverá cortes de salários e não haverá cortes de pagamentos de aposentadoria e pensões


	Mansueto: de acordo com o secretário da Fazenda, a proposta é dura porque vai no sentido de, daqui para frente controlar o crescimento das despesas
 (Reprodução / YouTube/Reprodução)

Mansueto: de acordo com o secretário da Fazenda, a proposta é dura porque vai no sentido de, daqui para frente controlar o crescimento das despesas (Reprodução / YouTube/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2016 às 15h57.

São Paulo - O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, disse nesta sexta-feira, 30, que o ajuste fiscal que governo está propondo é ao mesmo tempo suave e duro.

É suave, de acordo com ele, porque não haverá cortes de salários e não haverá cortes de pagamentos de aposentadoria e pensões. "Até porque isso é inconstitucional no Brasil", disse Mansueto ao participar do 8º Fórum Exame - O Novo Cenário Político e Econômico.

De acordo com o secretário da Fazenda, a proposta do governo é dura porque vai no sentido de, daqui para frente, pelos próximos 20 anos - com a possibilidade de revisão da regra a partir do décimo ano -, controlar o crescimento das despesas.

"Isso é algo muito importante e muito audacioso, porque estamos em um país em que nos últimos vinte anos a despesa primária do governo federal cresceu, todos os anos, em média 6% acima da inflação", disse Mansueto, sublinhando que agora o governo quer que nos próximos vinte anos estas despesas não financeiras do governo passem a ter um crescimento real zero a cada ano.

Isso, de acordo com Mansueto, quer dizer que, se o Brasil voltar a crescer como se espera dentro do governo, as despesas do governo sobre o PIB todos os anos vão cair 0,5%.

"Em dez anos, a gente vai ter uma economia de 5 pontos porcentuais do PIB", afirmou o secretário. O ponto de partida é uma despesa primária do governo que no final deste ano vai atingir 20% do PIB", ressaltou.

Mansueto disse que é preciso transformar o déficit do governo federal, de R$ 170,5 bilhões, ou 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB), em um superávit de pelo menos 2,5 a 3% do PIB.

"Estou falando de uma virada, de um esforço fiscal de 5,5 a 6 pontos porcentuais do PIB. Algo como R$ 400 bilhões", disse o secretário, para quem essa é a única forma de se fazer o ajuste fiscal sem ter que aumentar a carga tributária.

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