Rumo à liderança mundial

A agricultura brasileira continua batendo recorde. A estimativa nacional para a produção de grãos em 2002/2003 é de 122,4 milhões de toneladas, volume 26,5% superior ao da safra anterior. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento Conab).

A área cultivada no país também cresceu. Alcançou 43,8 milhões de hectares, o que representa um incremento de 8,9%.

Um dos principais destaques foi a soja, que desde 1999 vem batendo recorde de produção ano a ano. Em 2002 somou 41,9 milhões de toneladas e em 2003 a previsão é superar os 52 milhões de toneladas. No mercado internacional o produto brasileiro também deve conquistar uma posição histórica. A expectativa para 2003 é que o Brasil se torne o maior exportador mundial de soja, superando os Estados Unidos. O valor das vendas pode ultrapassar 8 bilhões de dólares. Outra boa notícia vem do cultivo de milho, que em 2002 havia registrado uma queda de 16,5% na produção. Em 2003, o volume colhido deve alcançar 45,8 milhões de toneladas, o maior desde o início do Plano Real, representando um crescimento de quase 30% em relação a 2002.

Álcool para o japão

Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil deve registrar em 2003 aumento na produção de cana-de-açúcar.

O volume colhido pode alcançar 385 milhões de toneladas. O país mantém as posições de maior produtor e maior exportador mundial do produto. A área plantada cresceu nos últimos anos motivada pelos elevados preços do açúcar praticados no mercado internacional, especialmente em 2000 e 2001. Mas o excesso de oferta acabou depois derrubando as cotações.

As expectativas dos produtores brasileiros agora se voltam para a demanda de álcool anidro. O Japão é um mercado potencial. Neste ano, os japoneses aprovaram uma legislação que prevê a adição, não-obrigatória, de álcool à gasolina.

O objetivo é diminuir a emissão de gás carbônico na atmosfera. Em alguns estados americanos a prática também já é adotada.

Para a produção de laranja a perspectiva é manter um volume praticamente estável em comparação a 2002. Já o processamento industrial de suco de laranja, que já havia apresentado queda em 2002, deve sofrer nova retração.

Carne brasileira mundo afora

O Brasil deve se consolidar em 2003 como um dos maiores exportadores mundiais de carne bovina, ao lado de Austrália e Estados Unidos.

A estimativa é que os produtores brasileiros remetam ao exterior 1,3 milhão de toneladas, volume aproximadamente 30% superior ao exportado em 2002. O governo americano, em relatório divulgado em outubro de 2003, estima que o Brasil se torne o maior exportador de carne bovina em 2004. Alguns produtores nacionais acreditavam que essa posição pudesse ser alcançada ainda em 2003.

As vendas do país ao exterior têm crescido muito nos últimos anos.

De 1999 a 2002 as exportações praticamente dobraram, passando de 560 000 para quase 1 milhão de toneladas. Entre os motivos estão a desvalorização cambial no período, a criação de novas frentes de produção pecuária no Brasil central e o reconhecimento em nível internacional de mais áreas consideradas livres da febre aftosa, o que beneficia as exportações. Em 1999, o Brasil exportava carne para cerca de 40 países. Atualmente, já são mais de 100 os compradores.

Exportação de frango em alta

Pelo quinto ano consecutivo, o Brasil deve registrar crescimento nas exportações de frango.

O país é o segundo maior exportador do produto, atrás apenas dos Estados Unidos.

Dados do Departamento de Agricultura do governo americano ressaltam o crescimento das exportações brasileiras.

A participação do Brasil no total das vendas mundiais passou de 18% em 2001 para 30,5% em 2002. O avanço é ainda mais espantoso quando se verifica que, no mesmo período, o volume mundial do comércio de frango recuou 5%.

Entre os principais mercados brasileiros está o Oriente Médio, com destaque para a Arábia Saudita, responsável por quase metade das compras da região. Depois aparece a Ásia, onde os principais importadores são Hong Kong e Japão.

A Rússia, que em 2002 ficou com cerca de 18% das exportações brasileiras de frango, tornou-se a principal preocupação dos produtores do setor.

Os russos estabeleceram em 2003 limite de 33 000 toneladas para o frango brasileiro.

O volume equivale a cerca de 10% do que foi exportado para a Rússia no ano passado.