Economia

Agora vai? Senado deve votar reforma da Previdência em 1º turno

Senado tentará força-tarefa para fazer a reforma da Previdência ser, no mesmo dia, aprovada na CCJ e no plenário

Senado: votação da reforma foi adiada na semana passada, em retaliação a uma ação da Polícia Federal contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) (Roque de Sá/Agência Brasil)

Senado: votação da reforma foi adiada na semana passada, em retaliação a uma ação da Polícia Federal contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) (Roque de Sá/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2019 às 06h20.

Última atualização em 1 de outubro de 2019 às 07h13.

São Paulo — Após ser adiada na semana passada, a votação do primeiro turno da reforma da Previdência no Senado pode finalmente sair nesta terça-feira 1. Antes que o texto chegue ao Plenário, contudo, precisa ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A expectativa do governo e do Congresso é que as duas coisas aconteçam hoje.

A reforma é analisada por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019. Para agilizar a votação, o Congresso vai deixar de lado as emendas apresentadas ao texto, que serão votadas posteriormente em uma PEC paralela.

O relator da reforma, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), apresentou há duas semanas um parecer na CCJ acatando somente uma das 77 emendas apresentadas à proposta no plenário da Casa. Caso as mudanças fossem acrescentadas, o texto poderia voltar para uma nova análise na Câmara, onde já foi aprovado.

Assim, a CCJ precisará, em sessão a partir das 10h desta terça-feira, votar o relatório do senador aceitando a não-discussão das emendas. O governo calcula ter 19 votos favoráveis entre os 27 membros da CCJ. Na primeira votação na comissão, foram 18 votos a favor da reforma e sete contrários.

Após aprovada na CCJ, a expectativa é que o texto chegue ao plenário por volta das 16h. Senadores como Paulo Paim (PT-RS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) já declararam que vão tentar aprovar destaques ao texto durante a discussão no Plenário. Mas a oposição não deve conseguir barrar o avanço do texto.

A votação estava prevista para acontecer na semana passada, mas uma espécie de retaliação dos próprios parlamentares favoráveis à reforma adiou a apreciação da matéria. Senadores, liderados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) montaram uma articulação para derrubar a sessão da CCJ que votaria o relatório.

No mesmo dia, optaram por votar vetos presidenciais — como o que autorizou companhias aéreas a não incluírem franquia de bagagem no preço das passagens. A ação foi uma resposta à operação da Polícia Federal que teve como alvo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), cujo gabinete foi vistoriado pela Polícia Federal.

Enquanto isso, na Previdência dos militares, que tramita separadamente na Câmara, o governo anunciou nesta segunda-feira que vai incluir policiais militares e bombeiros no texto. O ato é considerado uma vitória para a categoria, que, assim como os demais militares, terá direito à chamada integralidade, recebendo 100% do último salário na aposentadoria. A mudança, comemorada pela chamada “bancada da bala”, será apresentada nesta semana pelo deputado Vinicius Carvalho (Republicanos-SP), relator da reforma dos militares, à comissão específica que discute o tema no Congresso.

A reforma dos militares, contudo, ainda está na Câmara e deve passar de forma mais lenta. O mesmo vale para a PEC paralela com as emendas que não entraram na reforma principal dos civis. Se aprovada hoje em primeiro turno, a expectativa é passar a reforma principal em segundo turno até 10 de outubro. Mas a data está longe de ser o fim da linha para as discussões.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeReforma da PrevidênciaSenado

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor