IPCA: indicador pode ficar abaixo do piso da meta oficial pela primeira vez desde a criação do regime de metas, em 1999
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 06h32.
Última atualização em 10 de janeiro de 2018 às 07h17.
Uma situação inédita no Brasil deve ser confirmada nesta quarta-feira, quando for revelada a inflação do país em 2017.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) deve fechar o ano em 2,79%, segundo expectativas colhidas pelo Boletim Focus, do Banco Central.
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Com isso, o indicador ficaria abaixo do piso da meta oficial pela primeira vez desde a criação do regime de metas, em 1999. A meta é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto para baixo e para cima.
O Banco Central, portanto, teria que se explicar sobre porque deixou o IPCA fechar o ano abaixo dos 3%. Desde que o regime de metas entrou em vigor, em 1999, a instituição teve que se explicar quatro vezes, mas todas por deixar a inflação passar do teto.
A inflação nesse patamar deve permitir que o Comitê de Política Monetária reduza em 0,25 ponto percentual a taxa de juros na reunião de fevereiro, intenção já declarada pelo Banco Central, passando os juros para 6,75%. O patamar deve se manter ao longo do ano, enquanto economistas estimam a inflação de 2018 em 3,95%.
Ninguém sabe dizer se a inflação ao redor dos 3,9% e os juros a 6,75% são números transitórios ou permanentes. Isso dependerá das eleições e do compromisso do próximo governo com as necessárias reformas econômicas.
Por enquanto, o otimismo prevalece. O Banco Mundial anunciou ontem que prevê crescimento de 2% na economia brasileira em 2018; o Boletim Focus prevê alta de 2,69%.
Mais crescimento, como se sabe, ajuda a puxar a inflação para cima. Se isso de fato acontecer, o inédito cenário de IPCA abaixo do piso pode até ser um incômodo para o Banco Central, mas deve entrar para a história como uma exceção de 2017.