Economia

70% da população não tem proteção social, diz OIT

Ao menos 70% da população mundial não dispõe de ampla proteção social, de acordo com o mais recente informe da Organização Internacional do Trabalho


	Médico observa exames: 39% da população não tem acesso a cuidados de saúde
 (Jeff Pachoud/AFP)

Médico observa exames: 39% da população não tem acesso a cuidados de saúde (Jeff Pachoud/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 09h29.

Genebra - Ao menos 70% da população mundial não dispõe de ampla proteção social, de acordo com o mais recente informe da Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma agência do sistema ONU, que revelou, no entanto, uma melhora progressiva desde 2009 no Brasil.

Esses números revelam que "a maioria das pessoas não tem proteção social suficiente, no momento em que ela é mais necessária do que nunca", afirmou a diretora-geral adjunta da OIT, Sandra Polaski, ao apresentar o relatório à imprensa, em Genebra.

O informe revela que, em média, 39% da população mundial não tem acesso a cuidados de saúde.

Nos países pobres, esse percentual sobe para 90%. A OIT considera que seriam necessários cerca de 10,3 milhões de colaboradores como pessoal de saúde para garantir um serviço de qualidade para os mais carentes.

Em relação à aposentadoria, a OIT aponta que quase metade (49%) que já passou da idade de parar de trabalhar não recebe qualquer pensão. A organização destaca que apenas 30% dos trabalhadores no mundo contribuem para a aposentadoria e que, em muitos casos, o valor recebido está abaixo do limite da pobreza.

A OIT ressaltou ainda que os gastos de proteção social em caso de desemprego, invalidez parcial, ou acidente do trabalho variam muito de um país para outro.

Enquanto na África esses gastos superam pouco mais de 0,5%, na Europa ocidental chegam a 5,9%, por exemplo.

Em escala mundial, apenas 12% dos desempregados recebem seguro-desemprego.

Nesse item, as disparidades também são grandes, indo de 64% na Europa ocidental, por exemplo, a menos de 3% no Oriente Médio e na África.

Diante desse quadro, a OIT pede que os gastos de proteção social estejam "em uma boa posição no programa de desenvolvimento do pós-2015".

A diretora do Departamento de Proteção Social da OIT, Isabel Ortiz, denunciou os efeitos na população mais vulnerável das medidas de austeridade orçamentária decididas após a crise de 2008.

Essas medidas afetam "regimes de aposentadoria, do sistema de saúde e de Seguridade Social", e as pessoas tiveram de assumir o custo desse rigor "em um período no qual o emprego é escasso e o apoio é mais necessário do que nunca", defendeu Isabel.

Apesar desse contexto desanimador, dois países - Brasil e China - melhoraram nesse período.

O Brasil vem acelerando a cobertura da proteção social e dos salários mais baixos desde 2009.

Já a China conseguiu, no mesmo intervalo, "garantir a cobertura universal das aposentadorias e aumentar o salários mais baixos".

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