7 países que se deram bem na economia em 2013
Veja quais são os países que vão terminar o ano com bons resultados e perspectivas animadoras apesar das dificuldades
João Pedro Caleiro
Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 12h03.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h22.
São Paulo - A economia brasileira começou o ano com a perspectiva de crescer algo entre 3% e 3,5%. O consenso agora é que não deve ultrapassar 2,5%. Entre emergentes e desenvolvidos, no entanto, há quem vá terminar o ano com motivos para sorrir. Não se trata das economias que mais cresceram, e sim daquelas que superaram expectativas sombrias ou conseguiram continuar em uma trajetória de sucesso apesar de obstáculos monumentais. Veja a seguir quais são as economias que surpreenderam em 2013:
A Turquia não teve um ano fácil: os protestos de maio, que começaram por causa de uma praça, acabaram se tornando uma dor de cabeça monumental para o primeiro-ministro Tayyip Erdoğan. As turbulências políticas não foram suficientes para abalar a trajetória estelar da economia, que deve crescer algo em torno de 3,5% este ano - menos do que a média dos últimos anos, porém mais do que em 2012. O país, que também faz parte da turma dos MINTs, foi colocado pela Moody's no quinto lugar entre os emergentes que mais crescem. A Turquia tenta há anos conseguir uma vaga na UE e tem uma das maiores proporções de jovens "nem-nems" do mundo.
Com 10,5% de desemprego e 1,5% de crescimento estimado em 2013, os números da Polônia não são exatamente invejáveis. No entanto, a presença do país na lista é justificada por um simples motivo: é a única economia da União Europeia que não enfrentou uma recessão desde a crise de 2008. Depois de um primeiro trimestre fraco este ano, a Polônia voltou a se fortalecer e o crescimento em 2014 deve ficar entre 2,5% e 3%. A economia polonesa é bastante dinâmica, resultado de políticas pró-mercado no pós-comunismo, e se beneficiou de transferências massivas de dinheiro desde que se juntou à UE em 2007. Isso ajudou no fôlego do país para aumentar os gastos depois que a crise bateu - na contramão do que estava fazendo o resto do bloco.
O Peru é uma das histórias de maior sucesso recente no mundo: entre 2002 e 2012, a economia cresceu uma média de 6,4% anuais e a taxa de pobreza caiu pela metade. Depois de inspirar apreensão antes de ser eleito em 2011, o presidente Ollanta Humala governou de forma moderada e acalmou o mercado. A economia peruana é muito dependente da mineração e também está sofrendo o impacto do fim do ciclo de boom dos preços das commodities . Ainda assim, deve crescer algo entre 5% e 6% em 2013 - um resultado difícil de lamentar.
A Colômbia vive hoje um complexo processo de negociação com as Farc, mas a economia respira tranquila. O crescimento deve ficar em cerca de 4% em 2013, mais ou menos a taxa dos últimos 10 anos. Desemprego e inflação nunca estiveram tão baixos nos últimos 20 anos.
Sétimo país mais populoso do mundo e uma potência do petróleo, a Nigéria está se diversificando e deve crescer cerca de 6,8% em 2013 - mais ou menos a mesma média entre 2005 e 2012. Recentemente, a Nigéria foi incluída pelo criador da sigla BRICS entre um novo quarteto de países que merecem atenção - os MINTs. Neste mês, a Nigéria vai anunciar revisões do PIB que podem revelar que sua economia superou a da África do Sul e se tornou a maior do continente africano.
A importância da China para a economia global Inspira doses iguais de euforia e alarmismo. Muitos analistas previram que 2013 seria o ano em que a bolha imobiliária iria estourar ou que as fragilidades do país ficariam evidentes. No entanto, os dados indicam que a China vai atingir tranquilamente um crescimento de cerca de 7,5% este ano - menos do que no passado, mas exatamente na meta definida pelo governo. Ainda assim, há um consenso que o país precisa caminhar do modelo atual, muito dependente de investimentos, para um mais baseado no consumo do seu gigante mercado interno. As últimas reformas caminham nesse sentido, com a flexibilização da política do filho único, por exemplo.
Desde a crise financeira de 2008, a recuperação americana pareceu em vários momentos que estava prestes a engrenar, até ser desmentida por algum dado decepcionante. 2013 foi o ano em que aconteceu o contrário. A paralisação do governo por 16 dias comeu parte do PIB, mas os últimos números de pessoas contratadas superaram todas as expectativas e o desemprego caiu a 7%, menor taxa dos últimos 5 anos. Em outubro, o país viu o maior aumento mensal em 33 anos na venda de casas novas - exatamente um dos setores mais afetados pela crise. O crescimento está estimado em 1,7% em 2013 e 2,5% em 2014.