Economia

5 rotas de fuga para a crise do euro

Wolfson Economics Prize oferece 250 mil libras ao economista que traçar o melhor plano B caso um dos países da zona do euro abandone a moeda

E se a Eurozona entrar em colapso? Economistas sugerem possíveis saídas (Thomas Lohnes)

E se a Eurozona entrar em colapso? Economistas sugerem possíveis saídas (Thomas Lohnes)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 17h23.

São Paulo – Em busca de uma solução para a crise que aflige a zona do euro, chefes de estado vêm se reunindo e discutindo o problema à exaustão nos últimos meses. O economista que propuser uma alternativa viável pode levar 250 mil libras (mais de 700 mil reais) para casa.

Este é o prêmio oferecido ao vencedor do Wolfson Economics Prize, que desafia os economistas mais brilhantes do mundo a traçarem um plano para que um ou mais países deixem a zona do euro sem que o caos se estabeleça.

Não por acaso, os organizadores do concurso são britânicos – a Inglaterra sempre foi um dos países mais céticos em relação ao bloco, tendo optado por manter sua moeda em vez de abraçar o euro.

Ao todo, 425 propostas foram enviadas (inclusive uma de um jovem de apenas 11 anos de idade). O vencedor será conhecido em 5 de julho.

Veja, a seguir, as propostas dos cinco finalistas, anunciados ontem:

Roger Bootle: “abracem a desvalorização”

Roger Bootle, da Capital Economics, acredita que os problemas técnicos derivados da troca de moeda podem ser solucionados. Para ele, os países em dificuldade devem abraçar a desvalorização da moeda. “É parte da solução, não do problema”, argumenta. Segundo a proposta, esses países precisam se tornar mais competitivos e a única maneira de fazer isso sem causar um desastre ou recorrer ao calote é deixando a zona do euro.

Jonathan Tepper: “o calote é a saída”  

A proposta de Jonathan Tepper, da Variant Perception, se baseia em exemplos anteriores de colapsos de moedas em países como Tchecoslováquia , Paquistão, Bangladesh e Índia. Seu argumento é de que os colapsos podem ser superados no longo prazo. “Quando os gregos, portugueses ou espanhóis deixarem a zona do euro, suas moedas valerão menos e isso cria um problema”, diz. Para Tepper, esses países vão ter que dar o calote e o euro vai se tornar mais competitivo via desvalorização.


Jens Nordvig: “quanto valem os ativos?”

A proposta de Jens Nordvig foca nos aspectos legais da determinação de valor dos ativos da eurozona no evento de um colapso. O argumento é que não será fácil para os administradores públicos redefinir os valores de ativos que estão fora da sua jurisdição legal. A solução seria criar uma unidade de conversão monetária, similar á usada antes da criação do euro, para redefinir os valores de maneira justa e eficiente.

Neil Record: “abandonar o navio”  

O argumento de Neil Record é que, a menos que se tenha um plano B, o caos vai imperar. Ele defende que a Alemanha, eixo de sustentação da zona do euro, e possivelmente a França, junto com um pequeno grupo, devem criar um plano secreto de ação para abandonar o euro por completo caso a saída de um país se torne inevitável. A introdução de moedas nacionais deve acontecer o mais rápido possível e deve haver um plano para lidar com o legado do euro.

Catherine Dobbs: “dois pesos, duas medidas”

A solução proposta por Catherine Dobbs é a criação de um novo euro mais fraco para os países onde a desvalorização é rápida e outro mais forte para os países mais prósperos, como Alemanha, Áustria e Holanda.

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