5 países que querem construir seu primeiro reator nuclear
Para alcançar segurança energética ou até diminuir a pressão sobre combustíveis fósseis, alguns países planejam suas primeiras usinas nucleares, em movimento contrário ao qual se lançaram Japão e outras nações, de reduzir a dependência atômica
Emirados Árabes Unidos (Getty Images)
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 17h13.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h17.
A primeira usina nuclear dos Emirados Árabes começou a ser construída em julho deste ano, com capacidade instalada de 1,4 mil MW, segundo dados da Associação Nuclear Mundial. Há planos para a instalação de outros três, que somam mais 4,2 mil MW (o dobro das usinas brasileiras em operação Angra I e Angra II). Os recursos para a criação dos quatro reatores somam 20 bilhões de dólares e vêm de um consórcio consórcio sul-coreano. Além disso, existem mais 10 propostas em análise que, se aprovados, entregarão mais 14,4 mil MW em capacidade instalada total. Estima-se que a primeira usina de energia nuclear dos Emirados entre em operação até 2020.
Com uma população crescente e uma taxa de aumento da produção industrial de 10,5%, o país tem o desafio de produzir mais energia e driblar os blecautes que ocorrem na sua rede. Para conseguir isso, a Indonésia planeja instalar dois reatores nucleares, somando 2 mil MW em capacidade. Há propostas em estudo para a construção de mais quatro, que juntos garantiriam outros 4 mil MW. Além disso, a mudança para a energia nuclear vai liberar petróleo para exportação, uma vez que metade da energia consumida no país vem, atualmente, de combustíveis fósseis.
Como a maior parte dos países de leste europeu, a Polônia depende da extração de carvão para suprir suas necessidades energéticas. De acordo com a Associação Nuclear Mundial, o consumo interno de eletricidade no país deverá crescer 54% até 2030. Mas no âmbito da política climática da União Europeia, será preciso diversificar as fontes, passando bem longe do carvão, grande emissor de gás efeito estufa. Para dar conta do desafio, a Polônia planeja construir seis reatores nucleares que somam 6 mil MW em capacidade total instalada.
Bangladesh planeja construir, até 2018, dois reatores nucleares com ajuda técnica e financeira da Rússia, somando 2 mil MW em capacidade instalada, segundo dados da Associação Mundial Nuclear. Atualmente, quase 90% da energia consumida no país vem do gás natural. No entanto, a demanda por eletricidade vem crescendo rapidamente, ao mesmo tempo que aumentam as interrupções de fornecimento no país, onde metade da população ainda não tem acesso à luz.
O Vietnã tem quatro reatores em fase de planejamento, somando ao todo 4 mil MW em capacidade instalada. Além disso, existem mais seis propostas de usinas em análise para 2030, mas que não foram liberadas ainda. A demanda por eletricidade vem crescendo em média 14% ao ano, resultando muitas vezes em racionamentos. Em 2010, o suprimento de energia elétrica no país foi garantido 38% a partir de hidrelétricas, 33,6% de gás, enquanto carvão respondeu por 18,5%.
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