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5 países (e um continente) que foram ao fundo do poço e deram a volta por cima

Exemplos da história mostram que várias nações passaram por situações semelhantes ou bem piores que a da Grécia, que ainda está na corda bamba

Ladeira abaixo (Yannis Behrakis/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 06h00.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h23.

Seja por completo descontrole das contas públicas ou por situações adversas como guerras, vários países viveram situações de grave crise, em pacotes que incluem recessão, desemprego em alta e, por vezes, uma desconfiança de investidores internacionais que demora a desaparecer.

Enquanto a Grécia vive momentos de dilema (sai ou não sai da zona do euro?) e os mercados internacionais permanecem temerosos quanto ao pagamento das dívidas do país, EXAME.com selecionou5exemplos de países e um continente que, com características distintas, atingiram o fundo do poço em suas histórias. Períodos que não vão deixar saudades.

  • 2. Islândia – 2008

    2 /5(Wikimedia Commons)

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    Na Islândia, uma pequena ilha no oceano Atlântico, a quebra dos três maiores bancos privados levou a nação inteira à bancarrota, no maior colapso bancário da história de um país.

    Os ativos dos três bancos valiam cerca de 10 vezes o diminuto PIB islandês, de US$ 12 bilhões. Assim, o Banco Central do país não tinha nem como ajudar a evitar a quebra.

    O fundo do poço islandês veio quando o governo britânico congelou os ativos dos bancos e do país em solo inglês, invocando para isso a lei antiterror de 11 de setembro, colocando a Islândia ao lado da Al-Qaeda. A ilha foi a maior – ou menor, em tamanho - vítima da crise de 2008.

    COMO SAIU: "Enquanto os demais resgataram os banqueiros e fizeram o povo pagar o preço, a Islândia deixou que os bancos quebrassem e de fato expandiu sua rede de proteção social", escreveu o Nobel Paul Krugman em artigo noThe New York Times.

    A pesar de enfrentar diminuição de salário, inflação e desemprego em proporções inéditas para seu elevado Índice de Desenvolvimento Humano, a Islândia foi beneficiada por não ser grande.

    Os bancos foram estatizados e decidiu-se que não haveria pagamento para credores do Reino Unido e Holanda. Tudo embalado por medidas de austeridade fiscal. Em 2011 a economia já mostrava sinais de recuperação.

  • 3. Argentina - 2001

    3 /5(Getty Images)

  • A “quebra” do país do Mercosul colocou em cheque o bem estar argentino em 2001. Até a recente confusão grega, a moratória da terra do tango detinha o duvidoso título da maior moratória da história, de US$ 81 bilhões. A Argentina controlou o monstro inflacionário, que assustava o país desde a década de 80, com o Plano Cavallo, em 1991. Atrelou-se o peso ao dólar, com paridade. “Só que o país aderiu também ao chamado Consenso de Washington, abrindo a economia argentina. Isso fez as importações explodirem, causando grande desequilíbrio na balança comercial”, explica o professor de Economia Internacional da Universidade Federal de Minas Gerais, Cláudio Gontijo. O resultado, 10 anos depois, foi uma onda de protestos e argentinos que não podiam sacar o próprio dinheiro, no episódio conhecido como corralito. Cinco presidentes se alternaram no cargo em menos de um mês. Em 2002, o PIB do país caiu 11%. COMO SAIU: Na proposta de renegociação de sua dívida externa, o governo argentino dispôs-se a pagar apenas 30% do total que devia. O peso foi desatrelado ao dólar, acabando com a paridade que tanto havia estimulado as importações. Depois disso, a moeda foi desvalorizada, para alegria dos turistas brasileiros. Já em 2003, a Argentina voltou a crescer a taxas consideráveis, acima de 7%.
  • 4. Brasil – Década de 80

    4 /5(JOAO RAMID)

    Dizer que o Brasil atingiu o fundo do poço pode ser uma expressão forte. Mas nos últimos 100 anos, sem dúvida esta noção esteve associada aos famigerados anos 80, a década perdida, sinônimo de inflação, congelamento de preços e uma sucessão de planos fracassados até o Real, em 1994. Foi no começo dos anos 80, por exemplo, que a história de amor e ódio do Brasil com o Fundo Monetário Internacional começou, em um relacionamento cuja dívida só seria quitada em 2005. O país, junto com outros da América Latina, foi pego de surpresa com o brusco aumento da dívida externa brasileira. Contraída a taxas flutuantes, o governo se viu refém de uma enorme dívida quando os Estados Unidos reajustaram de 9% para mais de 20% os juros do país. O Brasil pagava ainda na década de 80 pelo crédito abundante da década anterior. A inflação em 1989 chegou a 1.764%. A prova de que a situação não estava boa foi a última moratória da história brasileira, anunciada por José Sarney em 1987. COMO SAIU: “(Na década de 90) o Brasil tinha feito a renegociação da divida externa, havia criado a desindexação de preços e salários e, finalmente, veio o Plano Real, em 1994”, lembra o professor da UnB, Estevão Martins. Desde então, o Brasil vive sob o tripé superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação.
  • 5. Grécia – 2012?

    5 /5(Getty Images)

    Em um período futuro, todos saberão como a Grécia terá superado o maior fundo do poço de 2012. No momento, trata-se de uma incógnita. Novas eleições para a formação de um governo de coalizão são esperadas para junho. A principal resposta que precisará ser dada é se o país adere ou não ao plano de austeridade da comunidade europeia, e se sai ou não da zona do euro.

    Hoje, a Grécia vive um dia por vez, sempre na iminência de não conseguir pagar as dívidas, prejudicando milhares de credores em todo o mundo, principalmente bancos europeus. Nesta semana, o país conseguiu quitar US$ 450 milhões, dinheiro que muitos acreditavam que não sairia. Em junho, vencem outros títulos.

    Recentemente, o Citibank reajustou para até 75% a chance do país deixar a zona do euro, o que traria consequências imprevisíveis para os mercados. A realidade é um país com índice recorde de desemprego, 22%, e um PIB que se contraiu 6,2% no último trimestre.

    COMO SAIU: A conferir.

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