Economia

2003 pode ter inflação de apenas um dígito

No início de 2003, não era difícil encontrar analistas que chegassem a prever uma inflação de até 25% para este ano. Agora em agosto, tamanho o resultado dos juros altos, os analistas ouvidos pelo próprio Banco Central estão estimando que a inflação de 2003 medida pelo IPCA deva ficar em apenas um dígito. A má […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

No início de 2003, não era difícil encontrar analistas que chegassem a prever uma inflação de até 25% para este ano. Agora em agosto, tamanho o resultado dos juros altos, os analistas ouvidos pelo próprio Banco Central estão estimando que a inflação de 2003 medida pelo IPCA deva ficar em apenas um dígito. A má notícia é que o PIB continua sendo revisto para baixo. As instituições revisaram a previsão do Produto Interno Bruto de 1,56% para 1,5%.

Há várias semanas, o mercado financeiro vem revendo para baixo a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, usado para orientar a meta com o Fundo Monetário Internacional. E esta é a primeira vez que o índice chega a um dígito. Há ainda quem acredite que a inflação fique bem próxima da meta combinada pelo FMI, de 8,5%. A pesquisa do Focus com as 100 instituições financeiras mostra que o IPCA caiu de 10,02% na semana passada para 9,93%. Esta é a décima semana consecutiva de queda das expectativas.

A primeira previsão do relatório para a inflação de 2003, divulgada em janeiro, apontava uma taxa de 11%. Em 2002, a inflação foi de 12,53%. As perspectivas de inflação para 2004 estão estáveis em 6,5%, ainda um pouco acima da meta do próximo ano de 5,5 por cento. Para a inflação nos próximos 12 meses, as estimativas passaram de 6,2% para 6,64%.

"A inflação nos últimos três meses já está dentro da meta de 8,5%, considerando suas variações sazonais, e o núcleo da inflação medido pela metodologia de média aparadas começa a recuperar um patamar deixado desde o meio do

ano passado ao redor de 0,50%/0,60%. Este indicador ficou em 0,65% em ambos IPCA e IPCA-15 de julho", afirma Odair Abate, do Lloyds TSB. "Podemos dizer que a inflação aponta para algo como 6,5%/7,0% em 2004."

Para agosto, as instituições vêem uma inflação de 0,60%, previsão levemente acima da de 0,57% da semana passada e superior aos 0,20% de julho.

O Boletim também aumenta um pouco a estimativa da balança comercial para este ano, cujo cálculo na semana passada era de US$ 17,5 bilhões e agora passa para US$ 17,7 bilhões, ao passo que a expectativa de crescimento do PIB vai para 1,5%, contra a expectativa de 1,56% da semana passada.

"Como se sabe que a performance do setor externo continua favorável nos primeiros sete meses do ano, imediatamente se constata que a má performance da economia reflete o mau desempenho do mercado interno, fruto do superávit fiscal e, principalmente, da política monetária agressiva implementada pelo BC para conter a ameaça inflacionária", afirma Odair Abate, economista-chefe do Lloyds TSB. "Diante desses novos indicadores decidimos fazer uma revisão da nossa estimativa de crescimento do PIB neste ano, que passa de 1,6% para 1,3%."

Após algumas semanas, o dólar voltou a ser revisto para baixo, com previsão de fechar em 3,15 reais.

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