Indústria: a queda de 0,6% da produção industrial no quarto trimestre de 2012 foi a quinta consecutiva na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Rio de Janeiro - Na passagem de novembro para dezembro, 14 dos 27 grupos investigados pela Pesquisa Industrial Mensal apontaram queda na produção, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As principais perdas foram verificadas em máquinas e equipamentos (-4,5%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-13,1%).
Outras contribuições negativas foram de veículos automotores (-1,0%), metalurgia básica (-1,9%), bebidas (-2,5%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (-8,0%), celulose, papel e produtos de papel (-1,2%) e calçados e artigos de couro (-4,3%).
Na direção contrária, entre as 12 atividades que ampliaram a produção, os destaques foram as indústrias extrativas (2,8%), farmacêutica (3,7%), outros equipamentos de transporte (4,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,6%), vestuário e acessórios (10,0%), edição, impressão e reprodução de gravações (2,5%) e minerais não metálicos (2,2%).
4º trimestre
A queda de 0,6% da produção industrial no quarto trimestre de 2012 foi a quinta consecutiva na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O IBGE ressalta, no entanto, que esse resultado representa uma clara redução no ritmo de queda. No terceiro trimestre de 2012, a queda foi de 2,6% e no segundo, de 4,4%, na mesma base de comparação.
Entre as categorias de uso, o IBGE destacou que, nos primeiros meses de 2012, o segmento de bens de consumo duráveis foi o que apresentou mais ganho de dinamismo ao longo do ano passado. A categoria passou de 0,1% no terceiro trimestre para 5,6% no quarto trimestre, principalmente por causa de automóveis (11,4%) e eletrodomésticos de linha branca (13,0%).
As categorias de bens de consumo semi e não duráveis (de -1,4% para 0,8%) e de bens intermediários (de -1,4% para -0,4%) também demonstraram melhora no ritmo de produção entre os dois períodos. Em contrapartida, considerando a mesma base de comparação, a categoria de bens de capital (de -12,2% para -9,7%) apontou a taxa negativa mais intensa, mas com queda na magnitude.
Em 2012, a produção de bens de capital registrou queda de 11,8%. Já na passagem de novembro para dezembro, houve recuo de 0,8%. Na comparação com dezembro de 2011, a queda da categoria foi de 14,7%, a maior desde junho de 2011, quando ficou em -15,5%.
Estoques
Os estoques elevados, que comprometeram a produção industrial no início do ano passado, não foram identificados como um freio no setor no fim de 2012, segundo o gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. "Os estoques variaram ao longo do ano e terminam o ano não sendo tão significativos para explicar a produção industrial", disse Macedo.
O economista ressaltou também como fatores que ajudam a explicar o comportamento negativo da indústria em 2012 o comprometimento da renda das famílias, o grau elevado da inadimplência, a concorrência com produtos importados e a lenta recuperação da confiança dos empresários. Macedo lembrou ainda que houve uma antecipação de compra de caminhões em 2011, o que repercutiu no resultado da categoria de bens de capital.