Economia

135 mil lojas fecharam no 2º trimestre, diz CNC

A perda equivale a 10% do número de estabelecimentos comerciais com vínculos empregatícios existentes antes da pandemia

Nenhum ramo do varejo registrou expansão no número de pontos de vendas entre abril e junho (Bruna Prado/Getty Images)

Nenhum ramo do varejo registrou expansão no número de pontos de vendas entre abril e junho (Bruna Prado/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 12h04.

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus provocou o fechamento de 135 mil estabelecimentos comerciais no País no segundo trimestre deste ano. A perda equivale a 10% do número de estabelecimentos comerciais com vínculos empregatícios existentes antes da crise sanitária, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A migração gradual de parte das vendas presenciais para o comércio online deve fazer o varejo encerrar o ano com 88 mil lojas a menos, previu Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo.

Nenhum ramo do varejo registrou expansão no número de pontos de vendas entre abril e junho, mas os segmentos mais atingidos pela crise desencadeada pela pandemia foram os que comercializavam itens considerados não essenciais, mais afetados também pelos decretos que determinavam fechamento de estabelecimentos no período de isolamento social.

As maiores perdas de estabelecimentos ocorreram nos ramos de utilidades domésticas (-35,3 mil estabelecimentos, uma queda de 12,9% no total de lojas em relação ao patamar pré-pandemia); vestuário, tecidos, calçados e acessórios (-34,5 mil lojas, recuo de 17,0% ante o nível anterior à covid-19); e comércio automotivo (-20,5 mil estabelecimentos, 9,9% a menos que no pré-pandemia). O varejo de produtos de informática e comunicação foi o segmento a registrar as menores perdas absolutas (-1,2 mil) e relativas (-3,6%) no número de estabelecimentos em operação.

No chamado varejo essencial, menos afetado pelo isolamento social, as perdas de pontos de vendas foram menos intensas do que a média do setor (- 9,9%): hipermercados, supermercados e minimercados (-12,0 mil lojas, queda de 4,9% no total de lojas ante o pré-pandemia) e farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos (-5,3 mil lojas, 4,3% estabelecimentos a menos a menos ante o pré-pandemia).

Embora fosse autorizado a funcionar na maior parte do País, o ramo de combustíveis e lubrificantes foi prejudicado pela queda na circulação de consumidores, com 5,4 mil pontos de venda a menos e queda de 12,2% no total de estabelecimentos em relação aos existentes no pré-pandemia.

Todas as unidades da Federação registraram contração no número de pontos de venda, sendo a maior incidência observada nos Estados de São Paulo (-40,4 mil), Minas Gerais (-16,1 mil), Rio de Janeiro (-11,4 mil), Rio Grande do Sul (-9,7 mil) e Paraná (9 5 mil). Em termos relativos, as maiores quedas na quantidade de estabelecimentos foram observadas em Estados das regiões Norte e Nordeste: Rio Grande do Norte (-14,3%); Alagoas (-13,2%); Roraima (- 12,0%); e Rondônia (-11,8%).

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