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Você tem câncer? Este teste pode te dizer em 10 minutos

Procedimento acessível a presença de células cancerígenas no corpo, mas não diz onde estão

. (iStock/Thinkstock)
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Ariane Alves

Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 18h45.

São Paulo - Cientistas australianos desenvolveram um teste universal que pode detectar a presença de câncer na corrente sanguínea dos pacientes em menos de 10 minutos. A nova maneira de identificação da doença poderia tornar o processo mais simples e barato para os médicos .

Para detectar as células malignas no organismo, o teste usa um fluido que muda de cor rapidamente quando as identifica. Até agora, o teste foi eficaz em 90% dos casos testados, e a intenção é que ele se torne uma verificação inicial para os médicos, que deverão desenvolver investigações mais focadas para descobrir o órgão afetado e o estágio da doença no organismo do paciente.

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Os pesquisadores da Universidade de Queensland descobriram que o material genético das células cancerígenas se comportava de maneira diferente das células normais quando postos em contato com superfícies metálicas, o que permitiu o desenvolvimento do teste.

Para funcionar normalmente, as células do organismo padronizam seu DNA com moléculas chamadas “grupos metil”, que silenciam genes desnecessários, transformando os relevantes ás funções celulares. Nas células cancerígenas, esse padrão é desativado, de modo que apenas os genes que ajudam o câncer a crescer sejam ativados. Os grupos metil das células doentes são encontrados apenas em pequenos aglomerados específicos, tornando possível distinguir seu comportamento no organismo.

DNA de ouro

O estudo, publicado na revista Nature, explica que o teste utiliza pequenas partículas de ouro para revelar a presença de câncer. O DNA suspeito deve ser adicionado a uma mistura de água com nanopartículas de ouro, que tornam a água rosa. Caso se trate de uma célula cancerígena, a água se mantém rosa, e caso seja uma célula normal, o DNA se liga às partículas de outra maneira e a água tem sua cor alterada para azul.

Liderados por Matt Trau, professor de química da Universidade de Queensland, os pesquisadores testaram 200 amostras de câncer humano e DNA saudável. “Nós certamente não sabemos ainda se é o Santo Graal para todos os diagnósticos de câncer, mas isso parece realmente interessante como marcador universal incrivelmente simples para o câncer e como tecnologia acessível e barata que não requer equipamentos complicados baseados em laboratório”, disse Trau ao The Guardian .

A equipe agora realizará mais estudos para avaliar todo o potencial clínico do novo método. "Este teste pode ser feito em combinação com outros testes simples, e se tornar uma poderosa ferramenta de diagnóstico que não pode apenas dizer que você tem câncer, mas também o tipo e estágio", disse ao The Guardian outra pesquisadora envolvida no estudo, Laura Carrascosa.

 

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