Ciência

Vacina contra covid-19 pode estar pronta até final do ano, diz OMS

Nove vacinas experimentais fazem parte da iniciativa global Covax, que visa distribuir 2 bilhões de doses até o final de 2021

Covid-19: sem um remédio, a maior expectativa para uma volta verdadeira à normalidade é uma vacina (AFP/AFP)

Covid-19: sem um remédio, a maior expectativa para uma volta verdadeira à normalidade é uma vacina (AFP/AFP)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 6 de outubro de 2020 às 13h09.

Uma vacina contra a Covid-19 pode estar pronta até o final deste ano, disse o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta terça-feira, sem dar mais detalhes.

Em discurso ao término de dois dias de reuniões do Conselho Executivo da OMS, Tedros disse: "Vamos precisar de vacinas e há esperanças que possamos ter uma vacina até o final deste ano. Há esperança".

Nove vacinas experimentais fazem parte da iniciativa global Covax, que visa distribuir 2 bilhões de doses até o final de 2021.

Quanto falta para uma vacina

Sem um remédio, a maior expectativa para uma volta verdadeira à normalidade é uma vacina. As projeções mais otimistas apontam que as primeiras vacinas podem ser aprovadas em novembro ou mesmo outubro, embora as vacinações só devam acontecer nos meses seguintes.

No Brasil, que tem acordos para fabricação e compra de algumas das vacinas em teste, as projeções apontam para uma vacinação dos profissionais essenciais ainda neste ano e de vacina disponível para toda a população a partir do ano que vem.

Algumas das vacinas vêm sendo testadas no Brasil, como a vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford, testada em todo o Brasil em parceria com a Fiocruz, e a da chinesa Sinovac, testada em parceria com o Instituto Butantan.

Também está sendo testada no Brasil a vacina da americana Pfizer com a startup alemã BioNTech -- que usa uma tecnologia nova, com RNA mensageiro --, embora em número menor, com 2.000 voluntários. O governo do Paraná, por sua vez, tem negociação com a Rússia para fabricar a Sputnik V, vacina fabricada no país e que o governo russo já aprovou, embora os testes ainda não tenham sido concluídos.

O Brasil também entrou no consórcio global da ONU para garantir vacinas a todos os países. Após incertezas sobre aderir ou não ao programa, o governo brasileiro terminou editando nesta semana uma portaria para liberar 2,5 bilhões de reais ao pacto de vacinação global.

Ao participar da iniciativa, a Covax, o Brasil terá direito a comprar vacinas para imunizar 10% da população -- incluindo vacinas além das de Oxford ou Sinovac, com as quais o país não tem acordo ainda.

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