Ciência

Uso de Viagra pode reduzir em até 60% o risco de Alzheimer, diz estudo

Centro médico por trás da pesquisa constatou que o princípio ativo do remédio consegue bloquear a enzima que é comumente encontrada em cérebros com a doença

O estudo foi realizado com mais de 27 mil pessoas acima dos 65 anos (	JW LTD/Getty Images)

O estudo foi realizado com mais de 27 mil pessoas acima dos 65 anos ( JW LTD/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 23 de outubro de 2023 às 17h09.

Última atualização em 23 de outubro de 2023 às 17h12.

O tão famoso Viagra, medicamento conhecido como "azulzinho", provou nesta segunda-feira, 23, que pode ajudar além dos momentos íntimos de seus usuários. Fora do quarto, ele também pode ser um poderoso combatente contra o Mal de Alzheimer, uma doença neurodegenerativa progressiva comum em idosos, que afeta o cérebro e lentamente causa a morte dos neurônios — causando perda de memória e deterioração cognitiva.

Segundo novo estudo do Centro Médico Monte Sinai, em Nova York (EUA), o princípio ativo do Viagra, chamado sildenafil, consegue bloquear a enzima que é comumente encontrada em altas taxas em cérebros com Alzheimer, a PDE5. A pesquisa concluiu, portanto, que quem faz uso do "azulzinho" pode reduzir o risco de contrair a doença em até 60%.

O estudo foi realizado com mais de 27 mil pessoas acima dos 65 anos, comparando 50% dos participantes que não fazem uso do medicamento para disfunção erétil com os outros 50% que o fazem, sob prescrição médica. "Descobrimos que o sildenafil estava significativamente associado a um risco 60% menor de desenvolver a doença de Alzheimer", disse o autor do estudo, Xingyue Huo, em entrevista ao The Sun.

Combate à demência e melhora na saúde do cérebro

Quem faz o uso do sildenafil na terceira idade pode também sentir outras vantagens cognitivas. O estudo mostra que, como o medicamento fez com que o suprimento de sangue no corpo aumente, a vascularização do cérebro também é aumentada, o que pode melhorar a saúde do órgão, bem como reduzir os efeitos da demência. 

Hoje, segundo projeção da Alzheimer's Disease International, quase 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050 poderão sofrer de Alzheimer. O 1º Relatório Nacional de Demência também alerta que até o fim de 2023, mais de 2,4 milhões de pessoas terão a disfunção cognitiva. O uso do "azulzinho", nesse caso, pode ser útil na prevenção de ambas as doenças.

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