Ciência

Tubarões que "andam" são descobertos em águas tropicais

Novas espécies de tubarões, que utilizam barbatanas para andar, foram descobertos nas águas da Austrália e da Papua-Nova Guiné

Tubarões: novas espécies do gênero Hemiscyllium foram descobertas em águas tropicais (Getty Images/Reprodução)

Tubarões: novas espécies do gênero Hemiscyllium foram descobertas em águas tropicais (Getty Images/Reprodução)

ME

Maria Eduarda Cury

Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 16h36.

São Paulo - Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, descobriram 4 novas espécies de tubarões tropicais nas águas que banham os litorais australianos e da Papua-Nova Guiné. Mas, diferentemente de outras espécies de tubarões tropicais, como o tubarão-tigre, esses animais utilizam as barbatanas para se locomover no mar. O código genético dos animais indica que pertencem ao gênero Hemiscyllium, que vive apenas na região a cerca de 66 milhões de anos.

O estudo, que durou 12 anos e foi realizado em parceria com o Museu de História Natural da Flórida, o Instituto Indonésio de Ciências e o Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, descobriu que os tubarões são os principais predadores enquanto a maré está baixa, e utilizam suas nadadeiras para chegar até o raso.

No entanto, Christine Dudgeon, uma das principais autoras do estudo, disse no estudo que as únicas presas dos tubarões descobertos são pequenos peixes e invertebrados, como estrelas-do-mar e águas-vivas: "Com menos de um metro de comprimento, em média, os tubarões ambulantes não ameaçam as pessoas, mas sua capacidade de resistir a ambientes com pouco oxigênio e andar nas nadadeiras lhes dá uma vantagem notável sobre suas presas de pequenos crustáceos e moluscos", disse a pesquisadora da Universidade.

Até o momento, essa é a única espécie que apresenta tais características - visto que seus parentes mais parecidos, como os tubarões de bambu ou os tubarões-baleia, não utilizam as barbatanas para irem de um lugar a outro. O estudo indica que essa característica pode ter aparecido quando os tubarões se afastaram de sua população original, não identificada, e se modificaram geneticamente para se adaptarem ao novo ambiente.

"Nós estimamos a conexão entre as espécies com base em comparações entre o DNA mitocondrial que é transmitido através da linhagem materna. Esse DNA codifica as mitocôndrias, que são as partes das células que transformam oxigênio e nutrientes dos alimentos em energia em células", completou Dudgeon.

Os pesquisadores concluíram que essa pesquisa pode facilitar a descoberta de outras novas espécies, e também ajudar a entender melhor como as regiões afetam a biodiversidade marinha. Confira, abaixo, o vídeo dos tubarões descobertos:

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:AnimaisAustráliaBiodiversidadeOceanosPeixes

Mais de Ciência

Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos

Missões para a Lua, Marte e Mercúrio: veja destaques na exploração espacial em 2024

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora