Tremor: para o pesquisador, falhas geológicas são as possíveis causas dos abalos (AFP / Frederick Florin)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2016 às 14h51.
O tremor de terra sentido em Minas Gerais na manhã desta segunda-feira (2) é a quarta ocorrência no estado em pouco mais de um mês. Desta vez, o abalou assustou moradores da região metropolitana de Belo Horizonte por volta de 6h20.
O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) divulgou mais cedo que o tremor havia sido de 4,2 graus na escala Richter, mas posteriormente rebaixou o abalo para 3,7. O epicentro foi no município de Esmeraldas (MG).
Dos quatro abalos ocorridos em Minas, este foi o de maior intensidade. Os outros três ocorreram na região central do estado, que faz fronteira com a região metropolitana.
Em 24 de março, foram registrados dois tremores com epicentro a 11 quilômetros de Sete Lagoas (MG). O mais forte deles atingiu 3,2 graus na Escala Richter.
A distância entre Sete Lagoas e Esmeraldas é de apenas 57 quilômetros (km). No dia 11 de abril, um novo tremor, de 3,5 graus, teve epicentro próximo ao município de Funilândia (MG), a 28 km de Sete Lagoas.
Esses foram os primeiros tremores registrados nessas regiões pelo Observartório Sismológico da UnB. Porém, é impossível afirmar com segurança que alterações semelhantes não tenham ocorrido no passado.
Segundo o pesquisador da instituição George França, também não há como prever novos abalos sísmicos. Porém, ele considera remota a possibilidade de ocorrer um tremor de grande intensidade nessas regiões.
Para o pesquisador, falhas geológicas são as possíveis causas dos abalos.
"Como foram eventos que ocorreram em localidades bem próximas, provavelmente podem estar inseridos no mesmo sistema de pressão que está provocando atividades sísmicas nesta região. É possível, mas não é conclusivo", explicou.
O pesquisador reiterou que abalos desta magnitude podem no máximo causar rachaduras em casas de estrutura mais fraca.
Municípios
Além de Esmeraldas, pelo menos mais seis cidades mineiras sentiram o abalo: Betim, Contagem, Mateus Leme, Juatuba, Ribeirão das Neves e Mário Campos.
Pelo Twitter, uma moradora de Betim relatou o susto. "Ao acordar com a minha cama mexendo e a janela tremendo, fiquei assustada sem saber o que era, até ir à padaria e ouvir relatos de outras pessoas que também sentiram o abalo", contou Geralda Cardoso.
O superintendente da Defesa Civil de Betim, José Coelho, disse que algumas pessoas telefonaram para o órgão.
"Ninguém se queixou de danos até o momento.Alguns ligaram querendo relatar o episódio e outros com curiosidade. É que hoje as redes sociais divulgam o fato com muita rapidez".
O superintendente relata que também sentiu o tremor: "No momento, eu estava na minha casa tomando café". Ele informou que pediu a um funcionário para ir a Esmeraldas, a fim de verificar se está tudo bem e se o município vizinho necessita de alguma ajuda.
No entanto, pelos relatos recebidos, também não há registro de danos por lá.
Outro município de Minas Gerais que também registrou tremores no mês de abril é Januária, no norte do estado e próximo à fronteira com a Bahia.
No entanto, os abalos foram mais leves. No dia 5 do mês passado, foi registrado um tremor de 1,4 grau na Escala Richter. Já no dia 28, houve um abalo de 2,4 graus.