Saiba como se forma a memória
Confira o que já se conhece sobre uma das habilidades mais fascinantes do cérebro humano
Marília Almeida
Publicado em 30 de julho de 2017 às 17h49.
Última atualização em 30 de julho de 2017 às 17h49.
Apesar dos avanços recentes, a ciência ainda não compreende totalmente a maneira como guardamos e organizamos as lembranças.
Sabemos, por exemplo, que existem fatores que influenciam positiva e negativamente na aptidão para reter informações, números e fatos. Exercício físico, boa alimentação, estudar e ler fortalecem a memória . Já pancadas, depressão, isolamento social, estresse e envelhecimento prejudicam.
Veja abaixo como funciona o processo completo:
1. Os sentidos
A todo momento, captamos diversos estímulos do ambiente por meio da visão, da audição, do olfato, do paladar e do tato. As informações que são úteis para nossa vida são enviadas ao cérebro por meio de sinais elétricos.
2. É pá-pum!
A primeira etapa de armazenamento é a memória de curto prazo, que dura segundos. Se o fato não é importante, como o telefone de uma pizzaria, logo acaba esquecido. Caso tenha relevância, é despachado para outras instâncias da cabeça.
3. Arquivo mental
As memórias de longo prazo duram semanas, anos ou décadas e estão guardadas nas sinapses, as conexões entre os neurônios. Quanto mais forte essa ligação, mais inesquecível será a lembrança. Elas são divididas em duas modalidades:
Memórias explícitas
São aquelas que podem ser descritas por meio de palavras e frases. Há dois subgrupos:
Episódica: relacionada a eventos e datas bem delimitados – a recordação de seu casamento ou aquela viagem a Paris.
Semântica: abrange o significado de símbolos e objetos sem um tempo definido. Você sabe o que é lápis, placa, bola…
Memórias implícitas
São processos que fazemos no famoso piloto automático. Existem três tipos:
Adquirida: ocorre quando se percebe algo previamente. É o caso de reconhecer amúsica ao ouvir os primeiros acordes.
De procedimento: capacidade de fazer operações sem pensar diretamente nelas. O exemplo clássico é andar de bicicleta.
Associativa: trata-se da resposta natural a algum estímulo externo, como salivar ao ver uma rosquinha apetitosa.
Fontes: Ivan Izquierdo, neurologista e coordenador do Centro de Memória da pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Do Sul; Jéssica Elias Vicentini, neuropsicóloga e doutoranda do laboratório de neuroimagem da Universidade Estadual De Campinas (SP); Leonardo Cruz de Souza, neurologista da Universidade Federal de Minas Gerais