Ciência

Rússia espera fabricação em massa de vacina em até um mês

O país foi o primeiro a registrar a vacina no mundo contra o novo coronavírus

Segundo o site da vacina, a imunização foi testada em animais antes de ser aplicada em humanos – incluindo em dois tipos de primatas (Javier Zayas Photography/Getty Images)

Segundo o site da vacina, a imunização foi testada em animais antes de ser aplicada em humanos – incluindo em dois tipos de primatas (Javier Zayas Photography/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de agosto de 2020 às 19h27.

Última atualização em 16 de agosto de 2020 às 19h30.

 A polêmica vacina russa contra o novo coronavírus pode entrar em produção de massa para a população até um mês após o lançamento da terceira fase da pesquisa, de acordo com Alexander Gintsburg, diretor da agência que desenvolve a substância no Ministério da Saúde da Rússia. Em entrevista para a agência estatal de notícias TASS, Gintsburg falou que a produção da vacina será feita em paralelo com os estudos, mas que será necessário esse tempo para que a produção atinja patamares de distribuição.

"No futuro próximo, três a quatro novas fábricas serão lançadas e em dezembro devem ter capacidade de produção de quatro a cinco milhões de doses da vacina", comentou. "Isso vai garantir o montante necessário de vacinas para inocular o país inteiro em nove a 12 meses."

Se a vacina der certo, a Rússia ganhará a nova guerra fria em busca de uma proteção contra a covid-19. Estudos sobre a eficácia dela devem ser publicados já no final deste mês. O país foi o primeiro a registrar a vacina no mundo contra o novo coronavírus. Na última semana, as autoridades russas afirmaram que a proteção foi capaz de criar uma resposta imune nos voluntários que participaram da segunda (e penúltima) fase de testes clínicos.

A vacina russa é baseada no adenovírus humano fundido com a espícula de proteína em formato de coroa que dá nome ao coronavírus. É por meio dessa espícula de proteína que o vírus se prende às células humanas e injeta seu material genético para se replicar até causar a apoptose, a morte celular, e, então, partir para a próxima vítima.

As autoridades de saúde da Rússia informaram que 4.969 novos casos de infecção pelo novo coronavírus foram diagnosticados nas últimas 24 horas, elevando o total para 922.853 doentes. A capital Moscou teve o maior número de novos casos, 688, seguido de São Petersburgo, 163, e a região metropolitana da capital russa, 154. Foram 68 óbitos no período, menor número desde maio, com 15.685 mortes totais.

Na França, o número diário de novos casos se manteve acima de três mil pelo segundo dia consecutivo, preocupando as autoridades sanitárias. Foram 3.015 diagnósticos informados, elevando o total a 218.536 casos. Uma morte aconteceu entre sábado e domingo, 30.410 óbitos totais. A ressurgência do vírus fez com que o governo francês ampliasse as medidas de restrições sociais, incluindo zonas obrigatórias de uso de máscaras na capital Paris e em Marselha, no sul do país.

Com o número de casos de covid-19 crescendo entre jovens, o governo da Itália anunciou neste domingo o fechamento de boates durante a noite e o uso obrigatório de máscaras entre 18h e 6h em áreas onde aglomerações são mais prováveis. "Não podemos anular os sacrifícios que fizemos nos últimos meses", disse Roberto Speranza, ministro da Saúde italiano, em vídeo nas redes sociais, pedindo que a população pense nos idosos ante de se expor.

As autoridades de saúde na Itália informaram 479 novos casos de infecção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, elevando o total a 253.915. Foram quatro novos óbitos no período, 35.396 mortes no balanço completo.

Na Ásia, o número de casos também volta a assustar os governos locais. A Coreia do Sul reportou 276 novos infectados nas últimas 24 horas, maior número desde março, com o temor por um surto na região metropolitana da capital Seul crescendo. No total, o país apresenta 15.318 casos confirmados, incluindo 305 mortes. Em Tóquio, capital do Japão, os novos casos diários se mantiveram acima de 200 pelo quinto dia consecutivo, sendo 260 entre ontem e hoje. O país tem 53.577 infecções totais e 1.085 mortes.

No levantamento mais recente da Universidade Johns Hopkins, o número total de casos do novo coronavírus no mundo está em 21.538.933, com 772.498 mortes registradas, das quais 169.841 nos Estados Unidos; 107.232 no Brasil; 56.543 no México; 49.980 na Índia; e 46.791 no Reino Unido.

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