Roche: empresa de farmacêuticos cria produto que ajuda a detectar pacientes com coronavírus (Bloomberg/Bloomberg)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 16h59.
Última atualização em 30 de janeiro de 2020 às 18h40.
São Paulo - A Roche, empresa de produtos médicos e farmacêuticos, desenvolveu um kit capaz de detectar rapidamente se o paciente foi infectado com o coronavírus, vírus que teve origem na China e chegou em outros países, como Estados Unidos e França, neste mês. O conjunto, que foi lançado no Brasil nesta quarta-feira, 20, é chamado de LightMix Modular e será utilizado apenas por pesquisadores e laboratórios, para agilizar o resultado de testes.
O kit é uma solução molecular exclusiva para pesquisa, que consegue detectar rapidamente o coronavírus em um paciente por meio da reação em cadeia da polimerase, chamada de qPCR. Com o lançamento do kit, que já está sendo comercializado, a Roche irá auxiliar os hospitais a lidarem com o grande números de casos, principalmente na China.
Para detectar o vírus, o teste analisa os ácido nucleicos que foram retirados da saliva dos pacientes, e os compara com as sequências retiradas nas cepas do coronavírus. Dessa forma, é possível identificar o vírus no organismo dos indivíduos mesmo antes dos sintomas começarem a aparecer. Embora o produto tenha chegado hoje no Brasil, o isolamento atual da China está dificultando para que o país também tenham acesso ao produto.
Thomas Schinecker, chefe da divisão de diagnóstico da Roche, disse para a Bloomberg que, com os sistemas tecnológicos da empresa, os testes podem se tornar cada vez mais ágeis: "Existe um gargalo. É realmente desconhecido quantas pessoas têm o vírus no momento e, com nossos sistemas, podemos ajudar a tornar os testes muito mais amplos", comentou Schinecker. A empresa divulgou que está produzindo mais máquinas de alta tecnologia para que consiga atender a demanda do produto.
Nesta quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde se reuniu para decidir um plano para conseguir controlar a propagação do vírus, que está se espalhando rapidamente. O vírus, que já matou 170 pessoas e infectou cerca de 8 mil ao redor do mundo, foi classificado como de risco "elevado".