Ciência

Restrições por covid-19 e pressão sobre não vacinados aumentam no mundo

O objetivo em comum é impedir que variantes como a ômicron turbinem os efeitos da pandemia

Vacinação contra covid-19. (Eduardo Frazão/Exame)

Vacinação contra covid-19. (Eduardo Frazão/Exame)

A uma semana do Natal e frente ao avanço da variante ômicron do coronavírus, restrições de todo o tipo voltam a se multiplicar pelo mundo, como o cancelamento de eventos, ou o fechamento de locais culturais, enquanto aumenta a pressão sobre os não vacinados.

Identificada há um mês na África do Sul, esta nova variante já foi detectada em cerca de 80 países e avança, de forma acelerada, na Europa, onde pode se tornar dominante em meados de janeiro, de acordo com a Comissão Europeia.

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Com a chegada das festas de fim de ano, vários países europeus reforçaram as medidas sanitárias, ou vão fazer isso em breve.

Na França, o governo pediu às prefeituras que cancelem shows e fogos de artifício programados para a noite de Ano Novo. A cidade de Paris reagiu imediatamente e anunciou, neste sábado, 18, que não haverá as tradicionais celebrações na Champs Elysées.

Na Irlanda, bares e restaurantes terão de fechar às 20h locais, a partir de domingo, 19. A medida ficará em vigor até o final de janeiro.

Já a Dinamarca fechará por um mês, também a partir de amanhã, teatros, cinemas, casas de shows, parques de diversões e museus. Na sexta-feira, 17, o país registrou um recorde de 11.000 novos casos de covid-19, dos quais 2.500 eram da variante ômicron.

Na Holanda, acontece hoje uma reunião de emergência, depois de especialistas que assessoram o governo terem proposto um confinamento estrito da população.

No continente americano, Québec vai aplicar limites ao número de pessoas em bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais.

Na Ásia, a Coreia do Sul restabeleceu, neste sábado, horários de fechamento obrigatório para cafés, restaurantes, cinemas e outros locais públicos, e as reuniões privadas devem se limitar a quatro pessoas. Medidas de restrição de viagens também voltaram a entrar em vigor neste fim de semana.

A partir de sábado, a França restabeleceu a obrigação de se apresentar "motivos urgentes" aos viajantes procedentes, ou que tenham o Reino Unido como destino. Pelo terceiro dia consecutivo, o território vizinho registrou um recorde no número de infecções, com 93.045 novos casos.

Alguns países da União Europeia (UE), como Irlanda, Portugal, Itália e Grécia, exigem que os viajantes europeus, incluindo os vacinados, apresentem um teste negativo para covid-19.

A Alemanha, que na sexta-feira classificou França e Dinamarca como áreas de "alto risco", vai impor um período de quarentena para os visitantes não vacinados. A partir de domingo, a medida também passa a valer para visitantes de Noruega, Líbano e Andorra.

Pressão sobre não vacinados

As medidas chegam acompanhadas de pressões crescentes sobre as pessoas ainda não vacinadas, que vão, em alguns casos, além da obrigação de se imunizar contra o coronavírus.

Em Los Angeles, por exemplo, todos os funcionários da prefeitura, incluindo policiais e bombeiros, que não tenham recebido uma isenção por motivos médicos, ou religiosos, deverão estar vacinados a partir deste sábado, sob pena de serem colocados em licença administrativa.

De acordo com os serviços da prefeitura, pouco mais de 43.800 dos servidores, ou 79% do total, estavam em dia com a cartela de vacinação esta semana.

A obrigatoriedade de vacinação foi fortemente contestada por alguns policiais e bombeiros que recorreram à Justiça para tentar suspender a medida.

De acordo com a rede americana NBC, cerca de 80% dos policiais de Los Angeles estão vacinados contra a covid-19, e mais de 2.500 pediram isenções.

Na sexta-feira, um tribunal federal americano restabeleceu a vacinação obrigatória para funcionários de grandes empresas, conforme solicitado pelo governo. Esta medida havia sido suspensa em novembro por um tribunal de apelações do Texas.

Na Suíça, a partir de segunda-feira, 20, apenas pessoas vacinadas, ou que tenham se recuperado do vírus, terão acesso a restaurantes, estabelecimentos culturais, instalações esportivas e de entretenimento, assim como a eventos em espaços fechados.

Uma exigência similar entrará em vigor na França no início de 2022, onde um simples teste negativo não será mais suficiente, como faziam as pessoas não vacinadas até agora.

Vacinação de menores

A vacinação para menores foi aprovada no Brasil, depois de começar a ser aplicada em países como Chile, Canadá, Estados Unidos, Israel, Itália e Grécia.

Um dos países com maiores níveis de vacinação do mundo, Portugal iniciou neste sábado sua campanha de imunização de crianças dos 5 aos 11 anos, seguindo os passos de outros países europeus para conter o avanço da variante ômicron.

Cerca de 60.000 crianças, do total de 640.000 de menores desta faixa etária, foram inscritas para receber a primeira dose do imunizante pediátrico da Pfizer a partir deste fim de semana.

A França inicia na próxima quarta-feira, 22, a campanha de vacinação anticovid deste grupo etário.

"Se tudo correr bem, no dia 22 (de dezembro) à tarde, começaremos a vacinação das crianças, nos centros adaptados" para menores, disse o ministro da Saúde, Olivier Véran, à emissora France Inter.

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