Emissão de CO2 vindo da Amazônia tem forte ligação as porções da amazônia brasileira que estão próximas a áreas desmatadas e que iniciam um processo de degradação de bioma (Marizilda Cruppe/Amazônia Real/Divulgação)
Ainda que a Amazônia transmita a ideia de ser o pulmão do mundo, a constante degradação que a floresta sofre leva para longe qualquer pé na realidade que essa máxima possa ter. Em artigo publicado recentemente no jornal acadêmico Nature Climate Change, há uma prova incontestável: uma equipe internacional de cientistas apontou que, entre 2010 e 2019, a Floresta Amazônica brasileira liberou mais carbono do que armazenou. Os resultados foram obtidos por meio de dados de satélite e mostram um bioma em situação critica.
Como se imagina, a liberação de carbono da floresta está conectada com a atividade humana e eventos climáticos. E veja só, a morte da floresta e o seu enfraquecimento gera mais emissão de carbono do que o próprio desmatamento.
Em conjunto, claro, toda redução do bioma deve gerar danos ambientais, mas os cientistas confirmam que a degradação é causada não apenas por secas, que aumentam a mortalidade das árvores, mas também pelos incêndios florestais.
Pra se ter uma ideia, em 2019, a floresta perdeu 3,9 milhões de hectares, quase 4 vezes mais que nos anos anteriores. Levando em conta o estudo e que, durante a Cúpula do Clima no final de abril, o governo afirmou que deve zerar o desmatamento ilegal até 2030, é preciso considerar que a meta foi lançada com bastante atraso.