Cometa interestelar 3I/ATLAS emite brilho esverdeado em novas imagens. (Reprodução/International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/B. Bolin)
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Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 06h26.
O cometa 3I/ATLAS foi descoberto em 1º de julho de 2025 pelo sistema ATLAS. A identificação ocorreu por meio de um telescópio localizado em Río Hurtado, no Chile. O equipamento faz parte de um programa internacional de monitoramento de objetos próximos da Terra.
ATLAS é a sigla para Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System. O sistema é operado com apoio da Nasa e realiza varreduras automáticas do céu. O objetivo é identificar asteroides e cometas com trajetórias incomuns.
A descoberta ocorreu quando o telescópio registrou um ponto luminoso com movimento atípico. Análises iniciais mostraram que o objeto não seguia uma órbita fechada ao redor do Sol. Essa característica indicou uma trajetória hiperbólica.
Após a detecção inicial, observações adicionais confirmaram a origem interestelar do cometa. O objeto passou a ser classificado como o terceiro visitante de fora do Sistema Solar já registrado. Antes dele, apenas 1I/‘Oumuamua e 2I/Borisov haviam sido identificados.
A letra “I” na nomenclatura indica origem interestelar. O número 3 refere-se à ordem de descoberta desses objetos. O nome ATLAS homenageia o sistema responsável pela identificação.
Estudos indicam que o 3I/ATLAS se formou em outro sistema estelar. O cometa teria sido ejetado por interações gravitacionais e vagado pelo espaço por milhões de anos. Sua velocidade elevada impede a captura pela gravidade do Sol.
Desde a descoberta, o objeto passou a ser monitorado por agências espaciais. Observatórios como o Hubble, o James Webb e missões em Marte participaram das análises. Os dados ajudam a entender a formação de sistemas planetários fora da nossa vizinhança.
O dia mais aguardado desta visita cósmica será em 19 de dezembro deste ano, quando o cometa atingirá seu ponto de maior aproximação da Terra. Apesar disso, não haverá risco de colisão: ele passará a uma distância segura, permitindo observações privilegiadas. Astrônomos estimam que o brilho pode aumentar nesse período, possibilitando registros detalhados de sua composição e comportamento.
Observações posteriores descartaram qualquer risco de impacto nos próximos 100 anos, mas a passagem de 2029 continua sendo um evento histórico. O asteroide será visível a olho nu em algumas regiões do globo.
Após essa passagem, 3I/ATLAS seguirá sua rota de saída. A partir de 2026, o cometa deixará gradualmente o Sistema Solar, acelerando rumo ao espaço. Sua despedida marcará mais um capítulo na ainda curta lista de visitantes vindos de outras galáxias.