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Projeto de Musk para cinturão de satélites encontra obstáculos

Órgãos reguladores estão preocupados com a concorrência do ambicioso plano para rodear a Terra com milhares de satélites transmissores de internet

Elon Musk (Kevork Djansezian/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2017 às 09h40.

Última atualização em 27 de setembro de 2017 às 10h50.

O ambicioso plano de Elon Musk para rodear a Terra com milhares de satélites transmissores de internet está encontrando obstáculos nos órgãos reguladores preocupados com a interferência em sistemas concorrentes.

A SpaceX, a startup de foguetes dirigida por Musk, solicitou permissão para sua constelação de satélites do tamanho de geladeiras no fim do ano passado.

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Vender banda larga a partir da órbita é uma parte fundamental dos planos da SpaceX para ganhar dinheiro fora do seu serviço original de lançamento de foguetes.

Mas a Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC, na sigla em inglês) está pronta para tratar o projeto com uma decisão que poderia obrigar a reduzir a potência dos satélites da SpaceX e limitar o espectro que eles podem usar, tornando-os menos efetivos.

O órgão regulador enviará para decisão da União Internacional de Telecomunicações, uma agência das Nações Unidas, a questão de como esses novos sistemas de satélites deverão coordenar e compartilhar espectro, segundo um projeto de regras que será votado nesta terça-feira. É provável que o pacote seja aprovado se tiver o apoio do presidente da FCC, Ajit Pai, líder da maioria republicana na agência.

A FCC afirmou que estabelecerá as regras em resposta às propostas de lançar uma nova geração de satélites de comunicações, que formarão constelações com centenas ou milhares de dispositivos em órbita. As propostas foram feitas por várias empresas, entre elas a SpaceX, de capital fechado, e a Boeing, que projeta uma frota de 2.956 satélites.

A OneWeb, empresa que tem a Qualcomm e a Virgin Group entre seus investidores, solicitou permissão para acessar o mercado americano com milhares de satélites autorizados pelo Reino Unido.

‘Grande derrota’

A UIT atende por ordem de chegada, portanto as operadoras que já conseguiram espectro para suas constelações terão prioridade quando os satélites inevitavelmente se alinharem no espaço e seus feixes se cruzarem, ameaçando causar interferência. Isso significa que a SpaceX terá que coordenar com rivais como a OneWeb e a Telesat, que são de capital fechado.

Quando a FCC propôs a intervenção da UIT no começo de setembro, isto foi chamado de “grande derrota” da SpaceX por Tim Farrar, um consultor do setor de satélites que assessorou várias rivais da startup.

A OneWeb, também financiada pela SoftBank Group, tem prioridade em uma banda do espectro fora dos EUA e a Telesat tem prioridade em outra banda em algumas partes do mundo. Isso significa que a SpaceX terá que restringir a potência dos sinais de seus satélites em alguns casos e talvez limitar as frequências que utiliza, o que fará com que seja “muito difícil para a SpaceX fornecer um serviço economicamente viável fora dos EUA”, disse Farrar.

Eva Behrend, porta-voz da SpaceX, preferiu não comentar.

Contudo, de acordo com as regras UIT, os sistemas de satélites com prioridade de espectro não podem simplesmente bloquear ou ignorar as outras redes e precisam trabalhar em soluções técnica e operacionalmente viáveis, segundo uma pessoa a par da organização.

Prioridade não significa exclusividade e não se trata de uma designação permanente, acrescentou a pessoa, que solicitou não ser identificada falando sobre como as normas são aplicadas a empresas específicas.

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