Ilustração de um meteoro: meta da Nasa é detectar 90% dos asteroides de alto risco (iStock / Getty Images Plus/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2023 às 11h36.
Última atualização em 30 de janeiro de 2023 às 11h43.
Na última semana, a Nasa quase não detectou a passagem inesperada do 2023 BU pela Terra. O pequeno asteroide não era uma ameaça para a população do planeta, mas só conseguiu ser detectado no sábado, 21, cinco dias antes de chegar perto daqui.
Isso porque a Nasa prioriza a detecção de asteroides muito maiores e capazes de causar algum dano — o que significa que rochas inofensivas como o 2023 BU podem passar indetectáveis.
O 2023 BU chegou mais perto da Terra que alguns satélites que ficam na baixa órbita, cerca de 3,6 mil quilômetros de distância, mas não caiu em solo terrestre. Inclusive, caso tivesse tentado, teria sido pulverizado na atmosfera.
"É uma das aproximações mais próximas já registradas", ressaltou Davide Farnocchia, engenheiro da Nasa. O asteroide que passou pela baixa órbita nesta quinta-feira, 26, tem entre 3 e 8 metros de diâmetro, segundo a agência espacial.
WOW, we did it! Here it is asteroid #2023BU around the time of its flyby, perfectly captured by our robotic facility. Our live feed was a tremendous success, thanks to all! @masi_gianluca #virtualtelescope
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Para a Nasa, ele pertence ao grupo de asteroides que têm entre 5 e 50 metros de diâmetro — ou seja, mais ou menos entre o tamanho de um pequeno caminhão até o de uma piscina olímpica. Uma diferença bastante acentuada e que pode assustar quem não entende do assunto.
Poderia, então, a Nasa não detectar um asteroide de 50 metros de diâmetro em direção à Terra? De acordo com estimativas da agência, rochas de 5 metros passam uma vez por ano, enquanto uma de 50 metros passa a cada mil anos. Portanto, a preocupação é válida, mas é raro que algo assim aconteça.
"Não sabemos onde está a maioria dos asteróides que podem causar devastação local a regional", disse o cientista planetário Terik Daly à Reuters.
Em breve, a Nasa terá o Neo Surveyor para auxiliar na detecção de possíveis meteoros. O telescópio espacial de US$ 1 bilhão conseguirá vigiar um campo bem mais amplo de asteroides e deve ter uma vantagem significativa aos telescópios que ficam na Terra.
Segundo a Reuters, o motivo é uma meta estabelecida pelo Congresso dos EUA em 2005: detectar 90% da quantidade total esperada de asteroides maiores que 140 metros, ou aqueles grandes o suficiente para destruir uma região ou até um continente inteiro.
"Com o Surveyor, estamos realmente focados em encontrar o asteroide que possa causar algo realmente ruim", disse Amy Mainzer, investigadora principal do NEO Surveyor. "Mas também temos a tarefa de obter boas estatísticas sobre os objetos menores".