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Pílula contra covid-19 da MSD enfrenta risco de criar resistência do vírus

Vírus e bactérias evoluem para frear ou derrotar mecanismos de ataque das drogas. É uma preocupação constante com antivirais e antibióticos e já foi observada em tratamentos para a Covid

Pílula marrom da MSD: pílula molnupiravir da Merck foi celebrada como um potencial avanço, pois poderia ser relativamente barata e fácil de fabricar, (Merck/Divulgação)
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Bloomberg

Publicado em 8 de outubro de 2021 às 17h33.

A pílula experimental contra a Covid-19 da Merck & Co. deve ser acompanhada por outros tratamentos assim que estes estiverem disponíveis, de modo a reduzir o risco de resistência aos medicamentos, o que limitaria sua eficácia, disse o diretor da fundação Wellcome, Jeremy Farrar.

Embora ainda não tenha sido autorizada por reguladores, a pílula molnupiravir da Merck foi celebrada como um potencial avanço, pois poderia ser relativamente barata e fácil de fabricar, não requer infusão e mostrou que reduz o risco de hospitalização em um ensaio. No entanto, pode ser necessário combiná-la com outros medicamentos para evitar a resistência, disse Farrar.

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A resistência ocorre quando vírus e bactérias evoluem para frear ou derrotar o mecanismo de ataque das drogas. É uma preocupação constante com antivirais e antibióticos e já foi observada em tratamentos para a Covid, como a terapia de anticorpos da Eli Lilly. Farrar acredita que a pílula da Merck não seria exceção, apesar do otimismo de que pode ser uma nova arma para combater a pandemia.

Experiências anteriores

Embora isso seja sempre uma preocupação para medicamentos contra infecções, a probabilidade de que se torne um problema grave para a molnupiravir parece ser baixa, disse Nick Kartsonis, vice-presidente sênior de pesquisa clínica para doenças infecciosas e vacinas do Merck Research Labs. Experimentos anteriores com outros vírus mostraram que a evolução de mutações resistentes é rara, disse.

O curso do tratamento é curto, o que significa que os vírus têm poucas chances de evoluir para formas resistentes. Outra razão está no mecanismo de ação da droga. Desenvolvida por pesquisadores da Universidade Emory e outros centros acadêmicos e posteriormente licenciada pela  Ridgeback Therapeutics, parceira da Merck, a molnupiravir funciona introduzindo erros no material genético do coronavírus. Os erros são replicados até que o vírus seja extinto.

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