Ciência

Pfizer estuda 3ª dose da vacina contra covid-19 para combater novas variantes

As empresas também estão conversando com autoridades reguladoras sobre testar uma vacina modificada para proteger especificamente contra as novas variantes

Pfizer: o teste não tentaria medir a eficácia da vacina, como seu grande teste de estágio avançado do ano passado (Dado Ruvic/Reuters)

Pfizer: o teste não tentaria medir a eficácia da vacina, como seu grande teste de estágio avançado do ano passado (Dado Ruvic/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 13h31.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2021 às 13h35.

A Pfizer e a BioNTech comunicaram nesta quinta-feira que estão testando a aplicação de uma terceira dose de sua vacina contra covid-19 para entenderem melhor a reação imunológica contra novas variantes do vírus.

As empresas também estão conversando com autoridades reguladoras sobre testar uma vacina modificada para proteger especificamente contra a nova variante altamente transmissível descoberta na África do Sul e em outros locais, conhecida como B.1.351, em uma etapa adicional do mesmo estudo.

As duas parceiras acreditam que sua vacina atual de duas doses funcionará contra a variante sul-africana, assim como contra aquela encontrada no Reino Unido e em outras partes, mas os estudos permitirão às fabricantes de vacina estar preparadas se e quando mais proteção for necessária, disseram.

"A taxa de mutações do vírus atual é mais alta do que o esperado", disse Mikael Dolsten, principal autoridade científica da Pfizer, em uma entrevista.

"É uma probabilidade razoável acabarmos tendo reforços constantes. E para vacinas potentes, pode ser que se precise de uma mudança de linhagem a cada poucos anos, mas não necessariamente todo ano".

Na primeira fase da primeira etapa do estudo, uma terceira dose de 30 microgramas será dada a até 144 pessoas que receberam a vacina de seis a 12 meses atrás, no teste de segurança original de estágio inicial.

Supondo uma aprovação regulatória, uma vacina reconfigurada também seria testada, tanto como dose de reforço em pessoas que foram vacinadas quanto em pessoas ainda não inoculadas com a vacina, disse Dolsten.

O teste não tentaria medir a eficácia da vacina, como seu grande teste de estágio avançado do ano passado. Ao invés disso, ele mediria a reação de anticorpos e analisaria se o sangue dos que a receberam consegue neutralizar as novas variantes do coronavírus, além da segurança de uma terceira dose.

Os Estados Unidos descobriram seu primeiro caso da variante sul-africana em janeiro, e desde então ela apareceu em 14 Estados, de acordo com dados do governo norte-americano. Vários estudos levam a crer que ela é mais resistente às vacinas existentes do que outras variantes do coronavírus. Dolsten disse que as vacinas de mRNA, como a da Pfizer e da BioNTech, criam uma reação potente – mas a reação imunológica pode enfraquecer com o tempo.

Ele acredita que uma terceira dose da vacina de sua empresa criará uma reação semelhante ou melhor do que a segunda dose, e que pode ser o próximo passo lógico para ficar à frente das variantes em circulação.

Dolsten disse que é provável que o novo teste seja realizado predominantemente nos EUA.

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