Diabetes: pesquisadores propõem ajustar a classificação, estabelecendo 5 categorias, três graves e duas mais benignas (foto/Thinkstock)
AFP
Publicado em 7 de março de 2018 às 19h01.
Cientistas propuseram uma nova classificação da diabetes, estimando que existem cinco formas diferentes, e não duas, como se pensava, o que pode ajudar a melhorar os tratamentos.
Atualmente, este trastorno de assimilação do açúcar pelo corpo está classificado em duas categorias.
A diabetes tipo 1 (cerca de 10% dos casos), que aparece geralmente em crianças ou jovens adultos, é caracterizada por uma produção insuficiente de insulina. Este hormônio secretado pelo pâncreas permite manter o equilíbrio da taxa de glicose no sangue.
A diabetes tipo 2 (quase 90% dos casos) corresponde a um aumento prolongado da taxa de açúcar no sangue, associado com frequência com a obesidade e o estilo de vida (sedentarismo, alimentação desequilibrada).
Os autores de um estudo sueco publicado pela revista especializada Lancet Diabetes & Endocrinology propõem ajustar esta classificação, estabelecendo cinco categorias, três graves e duas mais benignas.
"É um primeiro passo em direção ao tratamento personalizado da diabetes (...). A classificação atual não é suficiente para prever as complicações que podem se apresentar", estimou um dos autores do estudo, Leif Groop, da Universidade de Lund.
Para chegar a estas cinco categorias, os pesquisadores analisaram os dados de 13.720 pacientes desde 2008, avaliando sua produção de insulina, seu nível de açúcar no sangue e a idade em que apareceu a doença.
A primeira destas cinco novas categorias corresponde à diabetes tipo 1. As outras quatro são subdivisões da diabetes tipo 2, cada uma com suas características particulares.
Uma delas se caracteriza por um risco maior de retinopatia (doença da retina que afeta quase 50% dos diabéticos tipo 2). Outra diz respeito aos pacientes obesos e se caracteriza por uma grande resistência à insulina, com um risco elevado de afecção renal.
As duas últimas categorias, menos graves, reúnem pacientes obesos que desenvolvem a doença em uma idade jovem, na primeira, e pacientes mais velhos, na segunda (o maior grupo, cerca de 40% dos pacientes).
Um adulto em cada 11 no mundo (425 milhões) sofre de diabetes, o que representa um aumento de 10 milhões em relação a 2015, segundo dados publicados em meados de novembro pela Federação Internacional de Diabetes (FID).