Pesquisa conclui que ajuste na vacina AstraZeneca pode evitar coágulos
Segundo cientistas alemães, o efeito colateral é causado pelo vetor de adenovírus e pode ser corrigido
André Lopes
Publicado em 26 de maio de 2021 às 17h21.
Última atualização em 26 de maio de 2021 às 17h26.
Cientistas da Alemanha afirmam ter desvendado a causa dos raros coágulos sanguíneos ligados às vacinas contra o coronavírus Oxford/AstraZeneca e Johnson & Johnson, e acreditam que os imunizantes poderiam ser ajustados para impedir a reação.
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Rolf Marschalek, professor da Universidade Goethe, em Frankfurt, que liderou a pesquisa, relatou em um estudo publicado nesta quarta-feira, 26, disponível na Research Square , que o problema estava relacionado aos vetores de adenovírus que ambas as vacinas usam para fornecer a proteína spike do coronavírus.
No processo, o spike não consegue se ligar à membrana celular para gerar a proteção, e acaba indo para o núcleo da célula, causando o coágulo em cerca de 1 em cada 100.000 pessoas.
Em contraste, vacinas baseadas em mRNA, como as desenvolvidas pela Pfizer e Moderna, entregam o spike já no fluido celular e que assim não entra no núcleo, informou Marshalek ao jornal inglês Financial Times.
Com essa descoberta, bastaria que a receita das vacinas fosse ajustada para que o spike não adentrasse ao núcleo. Algo que, acreditam os pesquisadores, seria de fácil execução por parte das farmacêuticas. A J&J, que financiou parte da pesquisa, está avaliando os novos dados. Já a AstraZeneca ainda não notificou se deve considerar o estudo.
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