Para a OMS, coronavírus é "a pior emergência global de saúde"
Covid-19 foi classificada como uma emergência global de saúde ainda em janeiro. Seis meses depois, mais de 640 mil pessoas morreram pela doença
Rodrigo Loureiro
Publicado em 27 de julho de 2020 às 15h15.
Última atualização em 27 de julho de 2020 às 18h11.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (27), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) , Tedros Adhanom, classificou a pandemia do novo coronavírus como “a pior emergência global de saúde” já enfrentada na história da OMS. Segundo o executivo, ainda há um longo caminho na busca pela erradicação do vírus.
"É a sexta vez que uma emergência de saúde global é declarada pelo Regulamento Sanitário Internacional, mas essa é facilmente a mais grave", afirmou Adhanom. Esta classificação foi dada ao vírus foi dada a quase seis meses, ainda no dia 30 de janeiro, quando havia apenas 100 casos e nenhum óbito da doença fora da China.
Com mais de 16 milhões de casos no mundo e mais de 640 mil mortes, o novo coronavírus preocupa cada vez mais a OMS, que vai reunir um Comitê de Emergência durante esta semana para avaliar os próximos passos que serão dados na tentativa de controlar o vírus.
Segundo explicou Adhanom, as medidas não deverão mudar. É preciso identificar, isolar e tratar quem esteja com a doença. "Onde essas medidas são seguidas, os casos caem. Onde elas não são, os casos sobem", afirmou ao citar países como Alemanha, China, Coreia do Sul e Canadá, onde a pandemia está sendo mais bem controlada.
Em países em que a situação não está controlada, mas uma reabertura do comércio local já está em andamento, a situação pode ser ainda mais grave. Michael Ryan, chefe do programa de emergências do órgão, lembrou durante a coletiva desta segunda-feira que a OMS informou que “quando as sociedades se abrissem e a mobilidade voltasse, veríamos o retorno da doença”.
Para Ryan, o isolamento total dos países não é algo realista na sociedade atual. O executivo afirmou que é “quase impossível” que os países mantenham suas fronteiras fechadas em um futuro próximo. “As economias têm que se abrir, as pessoas têm que trabalhar, o comércio tem que recomeçar", afirmou.
O Brasil se encaixa entre os países que ainda conseguiram achatar a curva de infectados ou de mortos pela covid-19. São mais de 2,42 milhões de infectados pelo novo coronavírus no país. Mais de 87 mil pessoas morreram por conta da doença. Nos últimos dias, o Brasil vem registrando mais de 1 mil mortos por dia.
O Brasil já começou seu plano de reabertura do comércio. Em São Paulo, nesta segunda-feira, por exemplo, o governo paulista alterou a taxa mínima de ocupação de leitos em uma tentativa de acelerar a reabertura econômica . As novas regras possibilitam que uma região mude de fase mais rapidamente.