Ciência

ONG qualifica clonagem de macacos como "um espetáculo de horror"

A revista especializada "Cell" publicou ontem um estudo em que explica que uma equipe de cientistas chineses clonou recentemente dois primatas

Macaco Hua Hua: há oito semanas uma macaca fêmea deu à luz um clone, criado a partir de células de tecido (Qiang Sun and Mu-ming Poo, Chinese Academy of Sciences/Reuters)

Macaco Hua Hua: há oito semanas uma macaca fêmea deu à luz um clone, criado a partir de células de tecido (Qiang Sun and Mu-ming Poo, Chinese Academy of Sciences/Reuters)

E

EFE

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 11h13.

Xangai (China) - A ONG Pessoas para o Tratamento Ético dos Animais (Peta) qualificou de "espetáculo de horror" o experimento feito por uma equipe de cientistas chineses, que clonou dois primatas geneticamente idênticos com o mesmo método usado para criar a ovelha Dolly em 1996.

"A clonagem é um espetáculo de horror: uma perda de vidas, tempo e dinheiro, e o sofrimento que tais experimentos causam é inimaginável", afirmou a organização em comunicado.

A revista especializada "Cell" publicou ontem um estudo em que explica que uma equipe de cientistas chineses clonou recentemente dois primatas geneticamente idênticos pela primeira vez.

Os primatas, dois macacos de cauda comprida, foram criados através da transferência nuclear de células somáticas, ou seja, a partir de células do tecido de um macaco adulto, em um procedimento feito no Instituto de Neurociência da Academia Chinesa de Ciências em Xangai.

Segundo a ONG, "a clonagem tem uma taxa de erro de pelo menos 90%, e por isso estes dois macacos representam a miséria e a morte em uma escala enorme".

"Este experimento, e todos os demais experimentos em animais, devem acabar imediatamente", exigiu a organização, lembrando que quem faz estas práticas recebe constantemente recursos para realizar "experimentos disformes em animais, e clonar macacos é a última 'Frankensciência'".

Há oito semanas uma macaca fêmea deu à luz um clone, criado a partir de células de tecido, a mesma técnica usada com a famosa ovelha Dolly, e dez dias depois nasceu um segundo macaco, idêntico ao primeiro, no mesmo centro.

Os dois clones, chamados Zhong Zhong e Hua Hua, estão saudáveis, garantiram os pesquisadores chineses, que explicaram que a principal razão para clonar estes primatas é por serem evolutivamente muito próximos dos humanos e poderem ajudar na pesquisa de doenças.

 

Acompanhe tudo sobre:AnimaisClonagem

Mais de Ciência

Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos

Missões para a Lua, Marte e Mercúrio: veja destaques na exploração espacial em 2024

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora