Coronavírus: vírus não foi criado em laboratório (Andreas Gebert/Reuters)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 5 de maio de 2020 às 19h04.
Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que existiam evidências de que o o SARS-CoV-2, também conhecido como novo coronavírus, foi originado em laboratórios de Wuhan, cidade da China. Em resposta, a Organização Mundial da Saúde e mais profissionais da saúde afirmaram que não existem evidências de que o vírus tenha origem artificial e fabricada.
Junto ao presidente, o secretário de estado Mike Pompeo também alegou ter visto evidências. Pompeo comentou para o programa jornalístico The Week, da ABC, que havia visualizado uma "quantidade significativa de evidências" de que o vírus havia sido criado em um laboratório de Wuhan.
A OMS pediu, então, para ver as evidências que os membros do governo haviam comentado, o que fez com que Pompeo voltasse atrás. O secretário retirou as declarações quando a inteligência do país fez um anúncio formal informando que não haviam encontrado evidências que sugerissem que o vírus é artificial.
Michael Ryan, chefe de emergências da OMS, disse para a imprensa que tudo não passa de uma especulação. "Na nossa perspectiva, isso permanece especulativo. Não recebemos nenhum dado ou evidência específica do governo dos EUA relacionada à suposta origem do vírus", comentou Ryan.
Desde o início dos surtos causados pelo novo coronavírus, especialistas estão afirmando que as evidências sugerem que o surgimento do vírus aconteceu de forma natural. Kristian Andersen, professora e autora de um estudo sobre a evolução do SARS-CoV-2, afirmou em nota que a origem do vírus é natural. "Ao comparar os dados disponíveis da sequência do genoma para cepas conhecidas de coronavírus, podemos determinar com firmeza que o SARS-CoV-2 se originou através de processos naturais", disse Andersen.
Ainda que não se saiba a origem definitiva do vírus, cientistas acreditam e afirmam que o vírus foi desenvolvido de forma natural em animais e tenha saltado para humanos. Especialistas repetidamente desaprovam falácias promovidas por representantes de governos, como no caso dos Estados Unidos, e entusiastas de teorias conspiratórias.