Gripe K: 1º caso da variante na América Latina foi registrado no México (Guido Mieth/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 11h38.
A chamada gripe K é uma variação genética do vírus influenza A H3N2, tecnicamente identificada como subclado K, um ramo evolutivo num vírus já conhecido e circulante globalmente.
Essa designação não representa o surgimento de um novo vírus desconhecido, mas sim a detecção de uma linhagem com mutações esperadas da evolução viral.
O influenza A H3N2 tem sido um dos principais responsáveis por epidemias sazonais de gripe desde sua identificação em 1968 e está associado historicamente a temporadas com maior intensidade de casos em comparação com outros tipos de influenza A ou B.
Autoridades de saúde como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) passaram a monitorar essa variante com atenção porque ela vem se tornando dominante em muitos países e tem sido associada a um aumento nos casos de influenza, fenômeno que pode antecipar e intensificar a temporada de gripe nas Américas em 2025–2026.
Em 2025, o subclado K foi identificado em diversas regiões da Europa, América do Norte e partes da Ásia, aumentando os casos respiratórios no inverno do hemisfério norte.
Na América Latina, o primeiro caso confirmado dessa variante foi registrado no México, no dia 12 de dezembro, segundo autoridades sanitárias locais. A identificação ocorreu em um paciente que apresentou sintomas típicos da gripe e respondeu bem ao tratamento antiviral, sem complicações graves. A detecção motivou um alerta da vigilância epidemiológica na região.
Embora ainda não haja confirmação de circulação ampla dessa linhagem em todos os países sul-americanos, especialistas consideram provável que ela também se torne presente em outros países devido aos padrões de circulação de vírus respiratórios.
Os sintomas da gripe K são semelhantes aos de outras infecções por influenza, como:
Esses sintomas podem ser leves ou evoluir para um quadro mais grave, especialmente em populações vulneráveis como idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com comorbidades, que têm maior risco de complicações respiratórias e hospitalização.
Até o momento, não há indício que a gripe K tenha um impacto mais severo em comparação com outras variantes H3N2 já existentes.
Mas, temporadas dominadas por vírus H3N2 tendem a apresentar mais casos e hospitalizações, causando um impacto maior nos sistemas de saúde por conta da maior transmissibilidade.
A vacina contra influenza é reformulada anualmente com base nas cepas previstas como mais prevalentes naquela estação.
O imunizante distribuído em 2025 no Brasil e em outros países inclui proteção contra uma cepa H3N2, mas não foi especificamente projetado para o subclado K.
Isso significa que pode haver um grau de redução na eficácia vacinal contra essa variante específica, porém, a vacinação segue sendo uma das melhores ferramentas de proteção contra hospitalizações graves e complicações da gripe em geral.