Ciência

O plano de um bilionário russo para viver mais de 200 anos

Sergey Fund quer criar uma geração de bicentenários com o uso de tecnologias como robótica e impressão 3D

Sergey Young: bilionário russo comanda um fundo de investimentos que aposta em técnicas de rejuvenescimento humano para aumentar a expectativa de vida (LinkedIn/Reprodução)

Sergey Young: bilionário russo comanda um fundo de investimentos que aposta em técnicas de rejuvenescimento humano para aumentar a expectativa de vida (LinkedIn/Reprodução)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 1 de outubro de 2019 às 18h01.

Última atualização em 1 de outubro de 2019 às 18h01.

São Paulo – Falecida em 1997, a francesa Jeanne Calment viveu até os 122 anos. Esse recorde de longevidade, porém, pode ser quebrado graças ao bilionário russo Sergey Young. Conhecido investidor na Europa, ele está investindo 100 milhões de dólares em tecnologias que vão permitir que as pessoas comemorem até duas centenas de aniversários.

No comando do Longevity Vision Fund, um fundo de investimentos focado em tecnologias que aumentem a expectativa de vida das pessoas, Young investe não apenas em técnicas para identificar e tratar doenças mortais, mas também em robótica e impressão 3D. A ideia é produzir laboratório tudo o que for possível substituir do corpo humano.

Apesar de ousado, o plano é simples: aumentar forma significativa a expectativa de vida. Não chega a ser algo de outro mundo – ou exatamente uma novidade. “Há 80 anos atrás, a expectativa de vida era de 43 anos. Hoje, no Estados Unidos e no Reino Unido, ela é de 75 a 80 anos”, disse Young ao The Telegraph.

Ao todo, o fundo de investimento que tem sede em Nova York se reúne com mais de 100 empresas por ano. São companhias de diferentes regiões do planeta e nos mais diferentes campos de pesquisa. Apesar do grande número de reuniões, os investimentos estão concentrados em menos de uma dezena de startups.

Entre elas, destaque para a britânica Juvenscence. A companhia trabalha com drogas que possam remover células deterioradas do corpo humano e rejuvenescer tecidos degradados pelo tempo. Já a americana Freenome, com sede no Vale do Silício, por sua vez, usa machine learning e inteligência artificial para ajudar a medicina a identificar células cancerígenas com antecedência.

Imortalidade

No hit musical Who wants to live forever, do Queen, a composição escrita por Brian May em 1986 questiona quem realmente quer viver para sempre. Não é o caso de Young, que se diz “contra a imortalidade” por defender que a morte faz parte da vida. Entretanto, há quem não encare esse ciclo natural como algo eternamente imutável.

O futurologista Ian Pearson, por exemplo, acredita que qualquer pessoa que viver até o ano de 2050 poderá ter chances de alcançar a imortalidade. Para isso, seriam necessários avançados em biotecnologias que pudessem trabalhar como as empresas investidas pela Longevity Vision Fund e renovar partes do corpo humano.

“Ninguém quer viver para sempre quando está com 95 anos. Mas se você puder rejuvenescer seu corpo para 29 ou 30 anos, talvez isso se torne interessante”, disse Pearson ao The Sun, em 2018.

Segundo ele, esse processo já estaria disponível em 2060 para parte da população concentrada em países mais desenvolvidos. O acesso à tecnologia em demais regiões poderia acontecer a partir da década seguinte. “Depois de 10 ou 20 anos, o preço para fazer isso custaria algumas centenas de libras esterlinas em vez de milhões.”

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