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O lado bom da quarentena: qualidade do ar melhora no mundo

Mesmo com resultados positivos, estudos dizem que não há como garantir que baixos níveis de poluição serão mantidos após lockdown e isolamento social

China: Wuhan foi o primeiro epicentro da doença (Stringer / Correspondente/Getty Images)

Tamires Vitorio

Publicado em 12 de maio de 2020 às 11h35.

Última atualização em 12 de maio de 2020 às 17h00.

A quarentena pelo coronavírus não é boa somente para a saúde dos seres humanos, como apontam estudos, mas também para o meio ambiente. Duas pesquisas publicadas na revista acadêmica americana Geophysical Research Letters, mostram que a poluição por dióxido no norte da China, na Europa Ocidental e nos Estados Unidos diminuiu em até 60% no começo do ano se comparado ao mesmo período no ano passado.

A poluição por dióxido de nitrogênio acontece geralmente por conta dos gases emitidos durante uma comubstão feita por veículos, usinas e atividades industriais. Com isso, a qualidade do ar nesses países (e no resto do mundo) melhorou.

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Mesmo com os resultados positivos, os pesquisadores alertam que não há como garantir que os baixos níveis serão mantidos, uma vez que as medidas de distanciamento social e fechamento do comércio chegarem ao fim. Apesar disso, eles acreditam que a descoberta pode funcionar para ter uma noção de como a qualidade do ar será uma vez que a regulação sobre emissões se tornem mais restritivas.

A queda nas emissões desde que a qualidade do ar começou a ser monitorada, nos anos 90, não é vista há algum tempo. Segundo a cientista Jenny Stavrakou, coautora de um dos estudos, uma redução do tipo não era vista desde os Jogos Olímpicos de Verão de 2008 em Pequim, na China, quando o país se comprometeu a reduzir a poluição a curto prazo.

Para realizar a pesquisa, foram usados satélites que medem a qualidade do ar. Nas cidades chinesas, a queda da poluição foi de 40%, e ficou entre 20% e 38% na Europa Ocidental e nos Estados Unidos. No Irã, um dos primeiros países a ser afetado pelo coronavírus, a poluição não caiu -- a suspeita dos autores do estudo é que isso aconteceu porque o lockdown no país não foi decretado até o fim de março e, antes disso, "as ordens para ficar em casa foram ignoradas".

Contudo, a queda no dióxido de nitrogênio causou um aumento nos níveis de ozônio do país asiático -- poluente formado quando temperaturas quentes catalizam reações químicas na atmosfera, prejudicial aos humanos e que pode causar doenças pulmonares e cardíacas. "Isso significa que, mesmo reduzindo os níveis de dióxido de nitrogênio, você não vai resolver o problema do ozônio", afirmou o cientista alemão Guy Brasseur, do Instituto Max Planck de Meteorologia, na Alemanha.

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