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Níveis de CO2 na atmosfera aumentaram de forma nunca vista antes

De acordo com pesquisa, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera é a mais alta de todos os tempos

aquecimento global: "os cientistas climáticos têm passado por situações muito piores do que os economistas" (foto/Getty Images)
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Maria Eduarda Cury

Publicado em 14 de maio de 2019 às 14h28.

São Paulo – O planeta atingiu seu nível mais crítico de concentração de poluentes na atmosfera. É isso que indica um levantamento feito pelo Observatório Mauna Loa, localizado no Havaí . A concentração de dióxido de carbono (CO2) hoje na atmosfera é de 415 miligramas por litro (mg/L). O número representa a maior concentração do composto químico na Terra desde os primeiros registros de existência humana no planeta. A emissão de CO2 está relacionada à queima de combustíveis fósseis e ao desmatamento.

Essa pesquisa vem sendo feita, diariamente, pelo Instituto de Oceanografia Scripps desde 1958, em conjunto com os cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional. O metereologista Eric Houthaus, afirmou em seu perfil no Twitter que é a primeira vez na história humana que a atmosfera do nosso planeta teve mais do que 415 mg/L de CO2.

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O gráfico abaixo, divulgado pelo Instituto, demonstra os níveis de concentração do dióxido na atmosfera em partes por milhão desde mais de 800 mil anos atrás.

Gráfico de concentração de CO2 (Instituto de Oceanografia Scripps/Divulgação)

O número mais alto, até então, tinha sido algo entre 310 e 400 mg/L - 300 mil anos atrás, durante a era geológica Piloceno. Nesse período, o território Ártico era repleto de árvores, e as temperaturas de verão no norte alcançavam cerca de 15°C. Os níveis do mar chegavam a alcançar 25 metros mais do que alcançam hoje.

O impacto negativo na atmosfera

Segundo estudos científicos sobre meio ambiente, o aumento de apenas 2 graus na temperatura pode causar 25% mais dias quentes e ondas de calor.

Se isso realmente acontecer, 37% da população estará exposta aos problemas desse aquecimento, sendo que 388 milhões passarão por escassez de água e 194.5 milhões sofrerão com secas intensas. Além disso, 27% do planeta estará sob risco de contaminação por doenças disseminadas por mosquitos, como malária.

Um artigo publicado pela Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos afirmou que, se a temperatura terrestre chegar a 4°C acima dos níveis industriais, várias áreas do planeta se tornarão inabitáveis. As ações para a inversão do cenário estão começando a serem tomadas, mas o tempo é curto: segundo especialistas, temos cerca de 12 anos para diminuir os níveis de concentração de poluentes na atmosfera.

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