Ciência

Nasa tem um plano inusitado para evitar o Armagedom

Agência espacial quer testar uma técnica que poderá proteger o nosso planeta de impactos contra corpos celestes rochosos

DART: o satélite é do tamanho de uma geladeira (Nasa/JHUAPL/Divulgação)

DART: o satélite é do tamanho de uma geladeira (Nasa/JHUAPL/Divulgação)

Marina Demartini

Marina Demartini

Publicado em 5 de julho de 2017 às 13h53.

Última atualização em 5 de julho de 2017 às 14h47.

São Paulo – A Nasa tem um plano inusitado para proteger a Terra de um Armagedom: a agência espacial norte-americana está a um passo de arremessar um satélite contra um asteroide. A técnica, chamada de “pêndulo cinético”, será usada pela primeira vez no Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos (Dart), um experimento focado em proteger o nosso planeta de um potencial impacto desses corpos rochosos.

O Dart passou da fase de desenvolvimento do conceito para a de projeto preliminar no final da semana passada. “Esse passo de aprovação avança para um projeto histórico com um pequeno asteroide não ameaçador”, explica Lindley Johnson, oficial de defesa planetária da Nasa, em declaração oficial.

O alvo do teste é um asteroide que passará por perto – porém, com segurança – pela Terra em 2022 e, novamente, em 2024. A rocha ganhou o nome de Didymos (gêmeos, em grego) porque é um sistema binário de asteroides, ou seja, consiste em dois corpos. O primeiro, Didymos A, tem cerca de 800 m de área e o segundo, Didymos B, tem 160 m de área.

Segundo a agência espacial, o Dart atingirá apenas o asteroide menor. O satélite, que é do tamanho de uma geladeira, irá acertar Didymos B a uma velocidade de seis quilômetros por segundo (nove vezes mais rápido do que uma bala). O objetivo é alterar a órbita da rocha.

Toda essa ação será monitorada por observatórios terrestres para determinar o efeito exato da técnica. Caso o experimento com o método seja um sucesso, a Nasa irá utilizá-lo para proteger a Terra de possíveis ameaças de asteroides.

“O Dart é um passo crítico na demonstração de que podemos proteger nosso planeta de um futuro impacto de asteroides”, disse Andy Cheng, codiretor de investigação do Dart, no mesmo comunicado. “Como não sabemos muito sobre sua estrutura interna ou composição, precisamos realizar essa experiência em um asteroide real.”

De acordo com a agência espacial, pequenos asteroides atingem o nosso planeta quase diariamente. Há possibilidades remotas de grandes corpos celestes chegarem perto o suficiente da atmosfera da Terra para causar danos. A Nasa, aliás, já encontrou 93% dos asteroides potencialmente perigosos para o nosso planeta.

O vídeo abaixo mostra como aconteceria a colisão entre o satélite da Nasa e o asteroide Didymos B:

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