Ciência

Mulheres sobrevivem mais a infarto quando cuidadas por médicas, diz estudo

Segundo pesquisa, sintomas das mulheres são diferentes dos de homens e os médicos têm dificuldade de tratar as pacientes

Médicas: atendidas por mulheres, probabilidade de morte de pacientes caiu 5,4% (GettyImages/Getty Images)

Médicas: atendidas por mulheres, probabilidade de morte de pacientes caiu 5,4% (GettyImages/Getty Images)

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AFP

Publicado em 6 de agosto de 2018 às 20h52.

Uma mulher vítima de um infarto nos Estados Unidos tem mais chances de sobreviver se o médico que atendê-la na emergência for uma mulher porque seus sintomas são diferentes dos de homens e os médicos têm dificuldade de tratar pacientes mulheres, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (6).

Pesquisadores da Universidade de Harvard se basearam em mais de 500 mil casos de pessoas que deram entrada em emergências por infarto do miocárdio na Flórida entre 1991 e 2010.

Eles encontraram uma diferença "chamativa" na sobrevivência quando o paciente e médica são do mesmo gênero ou não.

Quando uma mulher estava sendo atendida por uma médica, "houve um efeito significativo e positivo na sobrevivência", segundo as conclusões publicadas na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Quase 12% dos pacientes morrem depois de serem tratados na emergência por um ataque do coração. Mas, ao associar as pacientes com médicas "a probabilidade de morte caiu 5,4% em relação a esta referência".

Estudos prévios tinham mostrado que as mulheres são mais propensas a não resistir a um ataque cardíaco que os homens.

Mas qual o motivo dessa disparidade? Alguns especialistas sugeriram que é porque os sintomas das mulheres são diferentes, ou porque elas têm a tendência de esperar mais do que homens para buscar cuidados médicos.

Mas o estudo de Harvard apresenta uma nova explicação: "a maioria dos médicos são homens e eles têm dificuldade de tratar as pacientes".

Os autores do estudo determinaram que a probabilidade das pacientes mulheres de um médico masculino morrerem era menor se ele houvesse atendido mulheres ao longo de sua carreira.

Contudo, "dado o custo (humano) da aprendizagem dos médicos homens no trabalho, poderia ser mais eficaz aumentar a presença de médicas" nos serviços de emergência, sugeriram.

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