Ciência

Mulheres pré-históricas eram mais fortes que atletas de remo hoje

Os pesquisadores escanearam os braços e as pernas da equipe de remo feminino de Cambridge, que treina 21 horas e percorre em média 120 km por semana

Pré-história: o úmero das mulheres da pré-história era 30% mais forte que o das estudantes de Cambridge (Pierre Andrieu/AFP)

Pré-história: o úmero das mulheres da pré-história era 30% mais forte que o das estudantes de Cambridge (Pierre Andrieu/AFP)

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AFP

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 21h08.

As mulheres pré-históricas tinham os braços mais fortes que as atuais campeãs de remo graças a sua participação ativa na agricultura, que incluía semear e moer grãos manualmente, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (29) na revista Science Advances.

Cientistas da Universidade de Cambridge analisaram o úmero e a tíbia de 45 mulheres que jogam futebol, correm ou remam, e de um grupo de mulheres sedentárias.

Depois, compararam os resultados com os ossos das mulheres que viveram no Neolítico.

"Analisando os ossos das mulheres em um contexto específico, podemos entender o quão intensas, variáveis e difíceis eram suas atividades", indica a autora principal do estudo, Alison Macintosh, da Universidade de Cambridge.

Os pesquisadores de Cambrigde escanearam durante três semanas os braços e as pernas da equipe de remo feminino da universidade, que treina 21 horas e percorre em média 120 quilômetros por semana.

O úmero das mulheres da pré-história era 30% mais forte que o das estudantes de Cambridge.

"Antes da invenção do arado, o cultivo dos campos implicava plantar, semear e colher manualmente", diz Macintosh.

"As mulheres provavelmente também iam buscar comida e água para o gado, processavam o leite e a carne e trabalhavam a pele e a lã em tecidos", acrescenta.

Outra atividade importante à que se dedicavam era transformar o trigo em farinha, usando duas pedras de grandes dimensões.

"Nossas descobertas sugerem que durante milhares de anos, o rigoroso trabalho manual que as mulheres faziam foi crucial para as primeiras economias baseadas na agricultura", aponta Jay Stock, cientista da Universidade de Cambridge que também participou do estudo.

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