Ciência

Mistério do bebê encontado em caixão de bispo mumificado é solucionado

Por meio de um exame de DNA, foi possível concluir que se trata do neto do religioso que viveu no século 17

Peder Winstrup foi um dos fundadores da Universidade de Lund. Além de bispo, ele era cientista, arquiteto e publicava livros. (LundUniversity/Reprodução)

Peder Winstrup foi um dos fundadores da Universidade de Lund. Além de bispo, ele era cientista, arquiteto e publicava livros. (LundUniversity/Reprodução)

Em 2015, ao estudar o corpo mumificado do bispo escandinavo Peder Winstrup, que morreu em 1679, pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, descobriram a impressionante presença de um feto logo abaixo dos pés do bispo, no fundo do caixão. Até então, não haviam explicações para o enigma.

No entanto, o mistério foi resolvido e registrado em uma pesquisa, publicada no sábado 3 de abril, no Journal of Archaeological Science: Reports. O estudo analisou os restos mortais de ambos, que foram submetidos à análises de parentesco por meio de exames de DNA e raio-X.

Aferiu-se então que aquele era o corpo do neto do bispo. Ao julgar pelo comprimento do fêmur, o feto tinha de 5 a 6 meses e era natimorto. Por mais incrível que isso pareça, a prática de colocar crianças pequenas em caixões de adultos não era incomum, segundo conta Torbjörn Ahlström, coautor do estudo, em comunicado.

“O feto pode ter sido colocado no caixão após o funeral, quando estava em uma tumba abobadada na Catedral de Lund e, portanto, acessível”, explica Ahlström, que é professor de osteologia histórica da Universidade de Lund.

Além disso, os pesquisadores dizem que o feto era de um menino que tinha cerca de 25% dos mesmos genes do bispo. Isso aponta que a criança e o idoso compartilhavam parentesco de segundo grau, acredita-se que avô e neto, que é o mais provável pelas idades dos cadáveres.

Um investigação mais profunda, mas histórica dessa vez, mostrou que Winstrup teve um filho que sobreviveu à idade adulta, chamado Peder Pedersen Winstrup.

O jovem teve uma vida precária depois de perder seus bens para a coroa sueca, que recolheu terras anteriormente concedidas aos nobres e cléricos. Por consequência, sucumbiu à pobreza. Sem dinheiro, a esposa dele engravidou, mas o filho foi natimorto. Logo, por ser o último dos homens da família, e com o óbito do bispo, a gesto simbólico deu fim à familia Winstrup.

 

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