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Metano em lua de Saturno pode ser indício de vida

A indicação de vida microbiana no satélite veio das análises feita pela nave Cassini, que passou por lá em 2015

Encélado é sexta maior lua de Saturno (Universal Images Group/Getty Images)
AL

André Lopes

Publicado em 19 de julho de 2021 às 14h38.

Última atualização em 19 de julho de 2021 às 14h54.

O metano faz parte do processo de decomposição química de materiais orgânicos durante a alimentação de microrganismos. Sua presença é sinal comum de que algo morreu e, por consequência, de que algo está vivo.

Com esse processo em mente, identificar metano em algum lugar certamente é um sinal de que há algo vivo está por ali, certo? E algo do tipo é o quecientistas da Universidade do Arizona acreditam estar ocorrendo na lua de Saturno Encélado, após analisarem dados coletados pela sonda Cassini, que passou por lá em 2015.

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Se valendo do que foi registrado na composição do gelo e gás que circula ao redor de Encélado, os especialistas, que já teorizaram que um oceano escondido existe sob sua crosta, perceberam moléculas associadas a um processo de ventilação hidrotermal.

Trata-se do nome dado ao escape – algumas vezes violento – de líquido ou de gás para aliviar acúmulos de pressão no chão oceânico. Neste caso, especificamente de moléculas de água, dióxido de carbono e metano. Uma receita para a vida.

Aqui na Terra, esse alívio no acúmulo de pressão gera a produção de metano por meio de bactérias que usam o hidrogênio na água como fonte de energia para “comer” os elementos químicos presentes, iniciando a metanogênese.

Em Encélados, segundo um modelo matemático feito pelos pesquisadores, avelocidade com que isso ocorre indica chances de que essa atividade é impulsionada por organismos vivos e que seria insuficiente afirmar que outros fenômenos não biológicos causam os espirros de gás e gelo tão intensos.

“Evidentemente, não estamos afirmando que a vida existe no oceano de Encélado”, disse Ferriere. “Ao invés disso, queremos entender qual a possibilidade das fumarolas hidrotermais da lua de Saturno constituírem um ambiente habitável para microrganismos terrenos. É bem provável que os dados da Cassini nos respondam isso, de acordo com nossos modelos”.

O cientista, porém, afirma que a possibilidade de vida não pode ser sumariamente descartada por enquanto, já que a metanogênese – que requer vida bacteriana para ocorrer- é ainda a única explicação para todo o metano visto na lua de Saturno.

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