A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) tem atualmente cerca de 150.000 registros em sua Lista Vermelha de espécies ameaçadas, incluindo cerca de 41.000 espécies ameaçadas de extinção (ERNESTO BENAVIDES/Getty Images)
AFP
Publicado em 4 de agosto de 2022 às 16h23.
Mais da metade das espécies cujo estado de conservação não pode ser avaliada, devido à falta de dados, está provavelmente ameaçada de extinção, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (4) na revista científica Communications Biologyum.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que elabora uma lista vermelha mundial de espécies ameaçadas, possui no momento dados relativos a 150.000 espécies vegetais e animais, das quais aproximadamente 41.000 estão ameaçadas de extinção, ou seja, 28% do total.
Isso representa 41% dos anfíbios, 38% dos tubarões e raias e 27% dos mamíferos.
Mas para milhares de outras espécies, a UICN carece de dados para avaliar seu estado de conservação, que pode ir de "preocupação menor" a "perigo crítico", ou até mesmo "extinta".
Pesquisadores da universidade norueguesa de Ciência e Tecnologia usaram um algoritmo de aprendizado automático para obter estimativas de 7.699 espécies para as quais faltavam dados.
Delas, conclui-se que 4.336, ou seja, mais da metade, provavelmente estariam em perigo de extinção, incluindo 85% dos anfíbios e 61% dos mamíferos.
"Vemos que na maioria das áreas terrestres e costeiras ao redor do mundo, a taxa de extinção pode ser maior, incluindo espécies para as quais não temos dados", disse à AFP o principal autor do estudo, Jan Borgelt.
Essa análise também destaca algumas regiões onde o risco é maior, como Madagascar, com sua fauna única, ou o sul da Índia.
Um relatório da ONU publicado em 2019 alertou que um milhão de espécies estão ameaçadas de extinção a médio e longo prazo, devido à perda de habitat, mudanças climáticas, espécies invasoras ou superexploração.
Veja também
Blue Origin envia ao espaço a primeira egípcia e o primeiro português
Inseminação caseira para engravidar: por que cresce no Brasil e quais os riscos